Polícia egípcia em estado de alerta às vésperas de aniversário da revolução
Cairo, 22 jan (EFE).- O Ministério do Interior do Egito ordenou aos serviços de segurança “estado de alerta máximo” para proteger o país no quarto aniversário da revolução de 25 janeiro de 2011, que derrubou Hosni Mubarak.
O plano de Interior inclui um amplo desdobramento de soldados para evitar protestos não autorizados e reprimir possíveis distúrbios no próximo domingo, informou nesta quinta-feira a imprensa egípcia.
O responsável de Interior para a Informação e as Relações Públicas, Abdul Fatah Otman, explicou, em declarações ao jornal “Al Wafd”, que os preparativos pretendem abortar “as tentativas da Irmandade Muçulmana de propagar o caos”.
A polícia recebeu ordens de ativar medidas para rastreamento de explosivos, sobretudo nas praças públicas, nas principais estradas e nos arredores de prédios do governo.
O desdobramento durará até o dia 26 com 12 mil agentes e 5.300 blindados e veículos de intervenção rápida. Os serviços de segurança fecharão as principais praças do Cairo, como a al Tahrir, epicentro da revolução de 2011.
O chefe da polícia de Suez, Tariq al Gazar, informou hoje à agência oficial “Mena” que a polícia e o exército intensificaram as medidas de segurança na passagem entre a Península do Sinai e o resto do Egito.
O Sinai, reduto do grupo jihadista Wilayat Sina (Província do Sinai), é há anos um foco de instabilidade, mas os ataques contra as forças da ordem se intensificaram desde a derrocada militar do presidente islamita Mohammed Mursi em julho de 2013.
Este grupo ameaçou, em um vídeo publicado nas últimas horas, mais ataques contra o exército egípcio e reiterou sua lealdade à organização radical Estado Islâmico (EI).
O Ministério da Saúde mobilizará 2.600 ambulâncias nas praças principais das cidades e os serviços de emergência nos hospitais.
A Coalizão Nacional de Defesa da Legitimidade, liderada pela Irmandade Muçulmana, chamou ontem a aproveitar o aniversário da revolução para lançar uma “nova onda revolucionária” a partir de amanhã para derrubar o atual sistema político egípcio, que tachou de “golpista”.
584 presos, ainda não identificados, devem ser anistiados no dia 25. O presidente egípcio, Abdul Fatah al Sisi, garantiu esta semana que a presidência está preparando uma lista de ativistas detidos para indultá-los no aniversário. EFE
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