Polícia identifica 19 suspeitos de participação em grupos de pichadores

  • Por Tiago Muniz/Jovem Pan
  • 15/02/2017 17h01
  • BlueSky
Brasil, São Paulo, SP, 08/10/2013. Após noite de protestos dos professores, o prédio do MASP amanhece pichado na Avenida Paulista, em São Paulo. - Crédito:TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO CONTEÚDO/AE/Código imagem:154073 Estadão Conteúdo Masp pichado - AE

Dois prédios invadidos no fim do ano passado deram a polícia a possibilidade de identificar 19 pessoas suspeitas de integrar grupos de pichadores que atuam na capital paulista.

Os casos ocorreram em setembro e outubro. Poderiam ser apenas mais dois em meio a várias ocorrências de pichação que chegam à mesa da 2ª Delegacia de Crimes Ambientais.

No entanto, a partir desses dois BOs, a Polícia Civil conseguiu chegar aos nomes de 14 homens e cinco mulheres, com idades que variam entre 20 e 30 anos.

A síndica de um dos edifícios invadidos para pichação, que não quer se identificar, conta que duas mulheres entraram enganando o porteiro e se dirigiram a cobertura do prédio na Zona Leste da Capital. Elas arrombaram a porta do último andar e usaram as antenas do topo da construção como extensores dos rolos de pintura.

“Elas se anunciaram como se fossem moradoras ou futuras moradoras de um apartamento que estava desocupado e que iriam entrar como inquilinas no dia seguinte. Elas entraram, foram ao topo do prédio. Lá, elas quebraram as antenas para fazer a pichação no topo do prédio”, diz.

O prejuízo nesse caso ficou em R$ 5 mil para o condomínio. Os grupos também atuam em prédios públicos. Entre esses alvos estão o Masp, o Centro Cultural Vergueiro, a ponte estaiada da marginal do Pinheiros e a ponte Orestes Quércia, conhecida como “estaiadinha”, na marginal do Tietê.

Alguns dos pichadores utilizam equipamento de escalada e rapel para as pichações em grandes alturas. A polícia diz que os dois grupos identificados atuaram em “dezenas” de pichações. 

O delegado Marcos Galli Casseb diz que foi importante reunir relatos dos próprios pichadores se gabando nas redes sociais para avançar nas investigações. “Eles se vangloriam pelos atos praticados. Existem imagens deles realizando pichações nos edifícios. Quanto maior o desafio, maior o reconhecimento”, afirma. 

Entre os crimes que os suspeitos podem ter cometido estão os de associação criminosa e crime ambiental.

O inquérito foi remetido para o Poder Judiciário para extensão do prazo das investigações. Quando os papéis retornarem, a polícia pretende ouvir os suspeitos. Isso deve ocorrer entre o fim de fevereiro e o começo de março.

  • BlueSky

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.