Polícia norte-irlandesa libertará sem acusações líder do Sinn Fein

  • Por Agencia EFE
  • 04/05/2014 22h59
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Dublin, 4 mai (EFE).- A Polícia da Irlanda do Norte (PSNI) libertará neste domingo o líder do Sinn Fein, Gerry Adams, mas deixará nas mãos da promotoria a decisão de apresentar acusações contra o político pelo assassinato de uma católica cometido pelo IRA em 1972, informou a “BBC”.

Segunda a cadeia britânica, a PSNI decidiu não acusá-lo e nem solicitar mais uma extensão de seu período de detenção, que tinha sido ampliada por decisão da justiça por mais 48 horas na sexta-feira. Adams foi detido na quarta-feira pela polícia.

Adams passou hoje pelo quarto dia seguido de interrogatório em uma delegacia de Antrim, ao norte de Belfast, onde se apresentou voluntariamente há cinco dias para colaborar com a PSNI na investigação de um crime que nega ter cometido.

Jean McConville, uma viúva de 37 anos e mãe de dez filhos, foi assassinada pelo IRA por espionar para as forças britânicas, acusação que depois se revelou falsa.

Seu corpo só foi encontrado em 2003, quatro anos depois do já inativo Exército Republicano Irlandês (IRA) reconhecer a autoria do crime e dar pistas sobre seu paradeiro.

A promotoria norte-irlandesa analisará agora o relatório elaborado pela PSNI e decidirá se existem provas suficientes para apresentar acusações contra o líder republicano.

Nas últimas semanas, sete pessoas, entre elas Adams, foram interrogadas pelo crime, após o PSNI obter novos testemunhos de antigos membros do IRA, mas até agora somente o ex-dirigente paramilitar Ivor Bell foi acusado.

Alguns ex-combatentes tinham dado depoimentos para pesquisadores de uma universidade em Boston (EUA) sobre o antigo conflito norte-irlandês, com a condição de que suas declarações só seriam reveladas após sua morte. Um tribunal dos Estados Unidos, no entanto, ordenou no ano passado que algumas gravações fossem enviadas à PSNI.

A detenção de Adams enfureceu o Sinn Fein, que acusou “elementos obscuros” da PSNI de conspirar, sem ter provas, para prejudicar o processo de paz e as aspirações eleitorais do partido nacionalista nas eleições locais e europeias deste mês.

O número dois do partido e vice-primeiro-ministro norte-irlandês, Martin McGuinness, advertiu que a legenda estaria disposta a “reavaliar” seu apoio à PSNI se Adams for acusado pelo assassinato, o que poderia criar uma grave crise no processo de paz.

Já o primeiro-ministro da Irlanda do Norte, o unionista Peter Robinson, qualificou hoje de “desprezíveis” as acusações feitas pelo Sinn Fein contra as forças de segurança.

Robinson afirmou que as “ameaças” constituem uma tentativa de “chantagem” praticada pelas “mais altas instâncias do Sinn Fein”, um comportamento que o dirigente protestante classificou como “desprezível” e próprio de “fanfarrões”. EFE

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