Polícia norte-irlandesa prende homem ligado ao IRA por morte de católica

  • Por Agencia EFE
  • 27/11/2014 12h33

Dublin, 27 nov (EFE).- A polícia norte-irlandesa (PSNI) prendeu nesta quinta-feira um homem de 58 anos pelo assassinato da católica Jean McConville, crime cometido pelo IRA em 1972 e sobre o qual o presidente do Sinn Fein, Gerry Adams, foi interrogado.

Embora a PSNI não tenha dado detalhes sobre a identidade do suspeito, a emissora “BBC” informou que se trata do norte-irlandês Bobby Storey, conhecido membro do Sinn Fein, antigo braço político do já inativo Exército Republicano Irlandês (IRA).

Após sua detenção hoje, Storey foi levado para uma delegacia de Antrim, ao norte de Belfast, para ser interrogado durante um período não superior a 72 horas, segundo estabelece a legislação antiterrorista britânica.

McConville, uma católica conversa de 37 anos e mãe de dez filhos, foi assassinada pelo IRA ao ser acusada de espionar para as forças britânicas, o que depois se comprovou que não era verdade. Seu corpos só foi encontrado em 2003, quatro anos depois da organização reconhecer a autoria do crime e fornecer pistas sobre o paradeiro dos restos mortais.

Entre as pessoas relacionadas ao caso está Adams, que foi interrogado durante quatro dias em maio pelo assassinato, mas foi posto em liberdade sem acusações. A PSNI, no entanto, enviará um relatório para a promotoria para que decida se existem provas para acusá-lo.

Até o momento, só o ex-dirigente paramilitar Ivor Bell, de 77 anos, foi acusado pelo assassinato.

Bell, um histórico ex-dirigente do IRA em Belfast, está sendo processado por supostamente ajudar e encobrir o assassinato de McConville.

A detenção em maio do presidente do Sinn Fein, que nega seu envolvimento no crime e participação no IRA, quase gerou uma grave crise no processo de paz, pois o partido advertiu que retiraria seu apoio à PSNI se o líder fosse acusado.

Após sua libertação, Adams reiterou a lealdade de seu partido às forças da ordem e seu compromisso com a via democrática, embora tenha denunciado a existência de “inimigos” do processo de paz e dos republicanos na PSNI. EFE

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