Polícia prende testa-de-ferro de vice-presidente argentino

Buenos Aires, 20 fev (EFE).- A polícia de Segurança Aeroportuária argentina prendeu nesta sexta-feira Alejandro Vandenbroele, suposto testa-de-ferro do vice-presidente argentino, Amado Boudou, após a ordem emitida pela Interpol a pedido da justiça uruguaia que o investiga por lavagem de dinheiro.

Após receber a circular vermelha ditada pela Interpol, a polícia tinha começado a busca de Vandenbroele no país e o deteve na província de Mendoza (a cerca de mil quilômetros de Buenos Aires).

Segundo o site “Infobae”, Vandenbroele foi detido ao deixar sua filha na casa de sua ex-esposa na cidade de Luján de Cuyo.

Agora começará o processo para resolver a extradição requerida pela justiça uruguaia, que pediu sua detenção depois de Vandenbroele faltar duas vezes às intimações em que deveria explicar a origem de US$ 620 mil que a sociedade Dusbel S.A. transferiu em bônus a partir de Montevidéu para uma conta associada a The Old Fund, na Argentina.

Além disso, o empresário é suspeito de ser o testa-de-ferro do vice-presidente argentino, Amado Boudou, que é processado por negociações incompatíveis com seu cargo e por suborno passivo no caso da compra irregular da empresa Ciccone Calcográfica, através da empresa The Old Fund.

Boudou é acusado de ter acertado com os donos da imprensa Ciccone Calcográfica a cessão de 70% da empresa “em troca da realização dos atos necessários para que a firma pudesse voltar a operar e contratar com a administração pública”.

Em julho de 2010, um juizado do privilégio comercial declarou a falência da Ciccone a pedido do Fisco argentino por dívidas impositivas.

A justiça suspendeu a falência três meses depois, a pedido da própria empresa, após negociar um plano de pagamentos com o Fisco, e a empresa ficou nas mãos de The Old Fund, cujo responsável era Vandenbroele.

Na quinta-feira, a Câmara Federal confirmou o acusação contra Boudou por “suborno passivo e negociações incompatíveis” com seu cargo no caso da imprensa de papel-moeda. EFE