Polícia tailandesa encontra 5 túmulos em campo clandestino de imigrantes

  • Por Agencia EFE
  • 14/05/2015 15h24

Bangcoc, 5 mai (EFE).- As autoridades da Tailândia encontraram pelo menos cinco túmulos nesta terça-feira em um segundo campo clandestino de imigrantes, perto de onde foram exumados 26 corpos na sexta-feira e no sábado, no sul do país.

A polícia investiga se há restos humanos nos túmulos e já prendeu cinco políticos locais e um birmanês acusados de colaborar com os traficantes de pessoas, informou o jornal “Bangcoc Post”.

Além disso, pelo menos 15 policiais locais foram transferidos por agirem com negligência no decorrer das investigações sobre os campos ilegais, situados na província de Songkhla.

Ambos os acampamentos, abandonados antes da chegada dos agentes, ficam perto da fronteira com a Malásia e abrigavam dezenas de imigrantes birmaneses e bengaleses vítimas das redes de tráfico de pessoas.

Segundo os investigadores, os imigrantes, a maioria da minoria étnica rohingya, morreram por causa de doenças e das más condições de vida no campo.

Várias vítimas resgatadas relataram que os responsáveis dos acampamentos batiam nos imigrantes, que sofriam com condições insalubres e poucos alimentos e água.

Milhares de rohingyas, uma minoria muçulmana considerada apátrida, embarcam todos os anos em uma perigosa viagem rumo a Tailândia e Malásia para fugir da perseguição e da pobreza em Mianmar. Muitas vezes, as máfias os mantêm presos até as famílias pagarem um resgate.

Os rohingyas, uma das minorias mais perseguidas do mundo, segundo a ONU, são considerados estrangeiros em Mianmar, onde são classificados como bengaleses, e em Bangladesh.

“O descobrimento dos túmulos deveria comover o governo tailandês para acabar com as redes de tráfico que enriquece oficiais em custa de pessoas extremamente vulneráveis”, disse em comunicado Brad Adams, diretor da Human Rights Watch na Ásia.

Adams criticou que as autoridades coloquem os imigrantes em centros de imigrantes quando são resgatados das máfias, em vez de oferecer “segurança e proteção”. EFE

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