Polícia ucraniana liberta dezenas de manifestantes detidos em Odessa

  • Por Efe
  • 04/05/2014 13h15
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A polícia da Ucrânia libertou neste domingo dezenas de manifestantes pró-Rússia detidos em Odessa após cerca de mil pessoas tentarem atacar a sede do Ministério do Interior na cidade.

Os ativistas foram recebidos por familiares, amigos e simpatizantes concentrados no pátio interior do edifício com gritos de “Odessa, cidade russa”, segundo a imprensa local.

Os insurgentes tinham sido presos após os violentos enfrentamentos que deixaram 46 pessoas mortas na cidade banhada pelo Mar Negro.

Segundo a polícia, cerca de trinta participantes dos distúrbios de 2 de maio foram libertados.

Os detidos puderam deixar o edifício após um dos chefes do Ministério do Interior na região de Odessa ir até o local.

Agora, a polícia tenta convencer os manifestantes reunidos para que se dispersem, o que não foi aceito pelos rebeldes. Os insurgentes alegam que os documentos de identidade não foram devolvidos aos manifestantes, por isso eles poderiam voltar a ser presos.

Ao todo, 127 pessoas permaneciam detidas por participar ativamente nos distúrbios protagonizados por ativistas pró-Rússia e pró-Ucrânia.

Pouco antes, os rebeldes lançaram pedras contra as janelas do edifício e tentaram entrar à força no ministério, mas soldados impediram o acesso.

Os rebeldes queriam impedir a transferência de seus companheiros para tribunais de primeira instância para que o juiz emita medidas cautelares.

Os manifestantes chegaram ao local após marchar pelas ruas da cidade procedente da Casa dos Sindicatos, onde um incêndio matou na sexta-feira 40 pessoas, a maioria insurgentes pró-Rússia partidários da federalização da Ucrânia.

Em frente ao prédio já havia centenas de familiares e amigos dos presos, que se concentraram no local para exigir sua libertação.

O primeiro-ministro da Ucrânia, Arseni Yatseniuk, que chegou hoje a Odessa, responsabilizou a polícia pelos enfrentamentos de sexta-feira.

“Se os órgãos de segurança funcionassem, então os terroristas deveriam ter sido neutralizados”, disse Yatseniuk, citado pela imprensa local.

Yatseniuk explicou que um grupo especial da Procuradoria-Geral se encarregará de investigar as circunstâncias da tragédia para “encontrar todos os líderes e organizadores” dos distúrbios.

Dezenas de milhares de habitantes de Odessa foram hoje para as igrejas para homenagear os mortos, enquanto muitos depositaram ramos de flores em frente à Casa dos Sindicatos.

A Ucrânia declarou luto nacional por dois dias pela tragédia em Odessa. A maioria dos mortos no incêndio eram manifestantes pró-Rússia, que entraram no prédio para fugir da polícia.

Os rebeldes acusam o lado contrário de incendiar o edifício ao lançar coquetéis molotov e outros artefatos explosivos caseiros, enquanto a polícia diz que os insurgentes também lançaram objetos e dispararam de dentro da Casa dos Sindicatos contra a multidão.

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