Polícia usa gás lacrimogêneo para dispersar greve de metroviários em SP
São Paulo, 9 jun (EFE).- A polícia dispersou nesta segunda-feira com bombas de gás lacrimogêneo um grupo de grevistas que tentava bloquear o acesso a uma das estações de metrô de São Paulo, cujos empregados completaram cinco dias de greve a apenas três dias do início da Copa do Mundo.
Os grevistas realizaram uma manifestação por volta das 5h em frente à estação Ana Rosa e tentaram bloquear o trânsito da Rua Vergueiro com fogueiras que alimentaram com lixos e pedaços de madeira.
Os agentes do Batalhão de Choque da Polícia Militar, convocados para atender a situação, dispersaram os manifestantes com bombas de gás lacrimogêneo.
O trânsito local permaneceu bloqueado durante cerca de meia hora até que os bombeiros apagaram os focos de fogo e recolheram o material que ardia no meio da rua.
A polícia chegou a deter 70 empregados do metrô de São Paulo que participavam da manifestação, mas os deixou em liberdade sem formular acusações, segundo o presidente do Sindicato de Trabalhadores do Metrô, Altino Prazeres.
A polícia também usou gás lacrimogêneo para dispersar um grupo de estudantes que pretendia se unir aos grevistas.
Os trabalhadores do metrô decidiram ontem manter por tempo indefinido a greve, que começou na quinta-feira passada, apesar do Tribunal do Trabalho tê-la declarado ilegal por considerá-la “abusiva”.
Após a decisão judicial, o governo do estado de São Paulo anunciou hoje a demissão de vários trabalhadores que se negaram a retornar aos seus postos de trabalho.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, também ordenou o reenvio de reforços policiais a todas as estações do metrô para garantir a segurança dos empregados dispostos a acatar a ordem judicial e normalizar suas atividades.
Apesar da greve, duas das cinco linhas do metrô operavam hoje normalmente e nas outras três os trens circulavam, mas nem todas as estações estavam abertas.
O Tribunal Regional de Trabalho (TRT) também determinou que o sindicato pague uma multa de R$ 500 mil por dia em caso que mantenha a paralisação.
O tribunal, em uma audiência de conciliação, fixou um aumento salarial de 8,7% por parte do metrô de São Paulo, administrado pelo governo regional, contra 12,2% reivindicado pelo sindicato.
“Temos um Mundial, o maior evento esportivo do mundo. O governo do estado tem eleições no final do ano (outubro), tem que negociar. Temos que enfrentar o governo”, afirmou o presidente do Sindicato ao justificar a decisão de manter a paralisação.
Com a iminência do Mundial, que começa na quinta-feira em São Paulo com a partida entre Brasil e Croácia, vários sindicatos pressionam por suas reivindicações trabalhistas mediante greves e protestos, tanto que alguns grupos sociais realizam diferentes atos para manifestar sua oposição à organização do evento esportivo pelos altos despesas do governo no mesmo EFE
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