Policial de Nova York será acusado pela morte de afro-americano
Nova York, 10 fev (EFE).- Um grande júri apresentou acusações contra o policial nova-iorquino Peter Liang por ter disparado em novembro contra um cidadão negro nas escadarias de um edifício no condado de Brooklyn, informaram nesta terça-feira fontes oficiais.
Liang deverá comparecer nesta quarta-feira na Corte Suprema no Brooklyn para a apresentação de acusações contra ele, após a avaliação da evidência pelo grande júri, que analisada o caso desde 4 de fevereiro.
O incidente ocorreu o novembro, quando Akai Gurley, de 28 anos, descia pelas escadas do complexo de apartamentos e foi atingido no peito por um disparo feito pelo policial, que patrulhava o edifício junto com outro agente.
Aparentemente, Liang, um novato na força policial e que levava sua arma fora do coldre, disparou acidentalmente enquanto tentava abrir uma porta, como depôs na época o chefe da Polícia, William Bratton.
O médico legista da cidade catalogou a morte de Gurley como homicídio, e a família anunciou sua intenção de processar a cidade em US$ 50 milhões.
A morte de Gurley ocorreu quatro meses depois que outro afro-americano, Eric Garner, morresse asfixiado por policial branco que aplicou uma chave de braço proibida em uma tentativa de prendê-lo.
A decisão do grande júri de não acusar esse policial provocou a ira dos nova-iorquinos, que exigiram justiça e reformas na conduta dos oficiais, e gerou protestos que se estenderam durante vários meses.
O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, criticou a decisão do grande júri que analisou o caso de Eric Garner, o que criou atritos dele com a polícia, mas hoje assinalou que, independente das acusações apresentadas contra Liang, o ocorrido é “uma indescritível tragédia” para a família de Gurley.
Di Blasio pediu aos nova-iorquinos que respeitem o processo judicial.
A Associação Benéfica de Patrulheiros, o principal sindicato policial, defendeu que Liang merece o mesmo processo que qualquer outra pessoa envolvida em um incidente onde haja uma morte.
“O fato de que tenha sido alocado para patrulhar um dos edifícios de apartamentos públicos mais perigosos de Nova York deve ser considerado entre as circunstâncias deste trágico incidente”, disse o presidente do sindicato, Pat Lynch. EFE
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