Policial que trabalhou no marco zero do 11/9 ganha direito a pensão

Nova York, 18 fev (EFE).- Uma policial que trabalhou no “marco zero” após os atentados de 11 de setembro de 2001 em Nova York finalmente ganhou o direito de receber pensão após lutar durante anos para provar que ficou doente por causa da exposição aos gases tóxicos.

A agente Annamarie Sheldon, de 41 anos e moradora de Long Island, trabalhava no Departamento de Polícia de Nova York (NYPD) no dia dos ataques terroristas e passou várias semanas no “marco zero” ajudando nas tarefas de vigilância.

Um ano mais tarde ela adoeceu e após se submeter a vários testes ficou provado que teve intoxicação por metais pesados e posteriormente os médicos diagnosticaram fibromialgia e síndrome de fadiga crônica.

Annamarie solicitou receber o benefício de aposentadoria por incapacidade alegando que desenvolveu a doença por causa da exposição prolongada aos gases tóxicos do World Trade Center, mas o departamento negou seu pedido duas vezes.

Após quase sete anos lutando nos tribunais, uma corte de apelações decidiu esta semana a seu favor e a policial terá direito de receber uma pensão por incapacidade de US$ 2.500 mensais, detalhou nesta quarta-feira o jornal “New York Post”.

“É algo pelo que brigo há tempo demais. A única coisa que queria é receber algum tipo de ajuda para pagar as faturas médicas e ser tratada como um ser humano”, disse Annamarie após saber da decisão.

Mais de 2.500 pessoas, a maioria policiais, médicos, bombeiros e voluntários que trabalharam nos trabalhos de resgate após o 11/9, sofrem ou sofreram câncer, segundo dados de um programa especial do hospital Monte Sinai da cidade.

Vários estudos comprovaram que as pessoas que trabalharam no “marco zero” tiveram câncer em uma proporção significativamente superior a da população normal, enquanto outros acham que ainda não é possível provar a relação entre a doença e o 11/9. EFE