‘Não houve oferta de US$ 10 por dose da Covaxin’, diz diretora da Precisa; veja como foi

Emanuela Medrades afirmou que ata da reunião, enviada pelo Ministério da Saúde à CPI da Covid-19, ‘é mentirosa’

  • Por Jovem Pan
  • 14/07/2021 10h08 - Atualizado em 14/07/2021 16h47
Pedro França/Agência Senado Mulher de máscara e olhos na CPI da Covid-19 Diretora técnica e dono da Precisa Medicamentos serão ouvidos nesta quarta-feira, 14

A CPI da Covid-19 retoma, na manhã desta quarta-feira, 14, o depoimento de Emanuela Medrades, diretora técnica da Precisa Medicamentos, que intermediou a compra de 20 milhões de doses da Covaxin. Nesta terça-feira, 13, o depoimento de Emanuela foi encerrado sem conclusão após a depoente alegar exaustão física e psicológica. Concluída a oitiva, os senadores vão ouvir Francisco Maximiano, o Max, dono da empresa. “O ideal seria esgotarmos os dois depoimentos no dia de hoje, porque senão teríamos que alterar o calendário dos depoimentos, iríamos ter que lançar o depoimento de amanhã para sexta. O ideal seria terminar hoje”, disse o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), em coletiva de imprensa antes do início da sessão. Emanuela e Maximiano estão amparados por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que permite aos dois que avaliem quais perguntas podem ou não incriminá-los, mantendo o silêncio, se quiserem. No entanto, caberá à comissão avaliar se o depoente abusa do direito e aplicar as devidas providências legais. A aquisição da Covaxin entrou na mira dos senadores após as denúncias apresentadas pelos irmãos Luis Ricardo Miranda, chefe de Importação do Ministério da Saúde, e Luis Miranda (DEM-DF), deputado federal. Eles se reuniram com o presidente Jair Bolsonaro no dia 20 de março, no Palácio da Alvorada, para reportar uma série de irregularidades, entre elas, a previsão de pagamento antecipado de US$ 45 milhões a uma offshore de Cingapura, a Madison Biotech, que não constava no contrato firmado pelo governo do presidente Jair Bolsonaro com a Bharat Biotech, que fabrica o imunizante. Acompanhe a cobertura ao vivo da Jovem Pan: 

16:47 – Sessão é encerrada 

Depoimento de Emanuela Medrades é encerrado. Senadores ouvirão, na quinta-feira, 15, o diretor-presidente da Davati Medical Supply no Brasil, Cristiano Alberto Carvalho.

15:35 – ‘Luis Ricardo deve ter uma bola de cristal’, diz Eliziane Gama 

Emanuela Medrades voltou a dizer que a primeira invoice da Precisa Medicamentos foi enviada ao Ministério da Saúde no dia 22 de março. No entanto, os irmãos Miranda apresentaram as denúncias ao presidente Jair Bolsonaro no dia 20 de março. Além disso, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni, e o ex-secretário-executivo Elcio Franco Filho admitiram que o documento foi enviado no dia 18 de março. Segundo a versão da funcionária da Precisa, Luis Ricardo Miranda, chefe de Importação do Ministério da Saúde, fraudou um documento para fazer a denúncia. A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) comentou a declaração da depoente: “O Luis Ricardo tem uma bola de cristal”. A senadora Simone Tebet (MDB-MS) acrescentou: “O Luis Ricardo virou o Nostradamos. Ele sonhou com a logomarca da Madison, a assinatura, o carimbo, falsificou tudo isso numa versão que coincide com a invoice verdadeira. Onyx, Elcio, Willian Amorim e Luis Ricardo se confudiram. Todos, menos a senhora?”.

15:24 – ‘Não temos a informação da razão para a suspensão do contrato’, diz Emanuela 

Questionada pelo presidente da CPI da Covid-19, Omar Aziz (PSD-AM), Emanuela Medrades disse não saber por que o Ministério da Saúde suspendeu o contrato para a aquisição de 20 milhões de doses da Covaxin. “Nós tivemos acesso ao relatório da CGU [Controladoria-Geral da União]. O governo suspendeu por irregularidades que havia no contrato”, disse Aziz. “Quando se suspende um contrato, o primeiro a ser avisado é o contratante. Então, a Precisa foi comunicada que estava suspenso o contrato. A Precisa precisava porcurar saber as razões da suspensão. Caso contrário, terá um prejuízo muito grande. Vocês passaram dias na Índia, trabalhando. Há um investimento para trazer as vacinas ao Brasil. Como a Precisa não sabe por que foi suspenso? Eu disse que o Queiroga [ministro da Saúde] ia suspender e cancelar. Falta pouco para chegar nisso, vai dar prejuízo à Precisa. Suspenderam o contrato sem nenhuma justificativa à Precisa?”, questionou o presidente da CPI. “Não colocaram nenhuma justificativa plausível e temos ciência de que não há irregularidades”, rebateu Emanuela.

15:12 – Emanuela: ‘Irmãos Miranda mentiram quando disseram que levaram a invoice ao presidente da República’

A diretora da Precisa Medicamentos disse que os irmãos Luis Ricardo Miranda, chefe de Importação do Ministério da Saúde, e Luis Miranda (DEM-DF), deputado federal, “mentiram quando disseram que levaram a invoice ao presidente da República”. Emanuela Medrades afirmou na CPI da Covid-19 que a primeira nota fiscal só foi enviada à Saúde no dia 22 de março. Em audiência no Senado, no entanto, ela afirmou, no dia 23 de março, que enviou a documentação ao governo federal “na quinta-feira passada”, ou seja, 18 de março. Às vésperas do depoimento dos irmãos Miranda à comissão, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni, e o ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde Elcio Franco Filho apresentaram versões divergentes: disseram, respectivamente, que a invoice foi enviada nos dias 19 e 18 de março.

15:04 – ‘Tudo o que acontece na CPI é narrativa’, diz Emanuela 

Fala, neste momento, o senador Marcos Rogério (DEM-RO), aliado do governo no Congresso. Em suas duas primeiras perguntas, o parlamentar do DEM questionou se em algum momento houve oferta de US$ 10 por dose e se as manifestações dos senadores independentes e de oposição endossam “uma narrativa” para incriminar o governo do presidente Jair Bolsonaro. “Sim, é narrativa”, disse Emanuela Medrades. Em seu depoimento, ela já afirmou que não houve irregularidades na compra da Covaxin.

14:41 – Tasso Jereissati diz que caso Covaxin pode configurar sonegação fiscal ou evasão de divisas

O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) perguntou a Emanuela Medrades como a Precisa receberia o valor previsto na compra da Covaxin, já que a empresa não tem filial no exterior. A depoente disse não saber. O tucano, então, pontuou que o caso pode configurar sonegação fiscal ou evasão de divisas.

14:10 – Depoimento é retomado 

Sessão destinada ao depoimento de Emanuela Medrades é retomado.

13:28 – Sessão é suspensa 

Depoimento será suspenso por 25 minutos.

13:23 – Bharat Biotech usava Madison Biotech para fazer ‘todas as transações internacionais’, diz Emanuela

A diretora da Precisa Medicamentos afirmou que a Madison Biotech era utilizada pela Bharat Biotech, fabricante da Covaxin, “para todas as transações internacionais”. “Quando foi enviada a invoice, perguntei para a Bharat quem era a Madison, não esperei o questionamento do ministério. Disseram que era a mpresa que estavam utilizando há alguns meses para fazer todas as transações internacionais, de venda e comercialização, inclusive para ajustar as questões de ensaios clínicos. Me explicaram isso, me disseram que a mesma característica societária era apresentada entre as duas e eu encaminhei ao ministério. Eles [funcionários da pasta] poderiam ter falado ‘não quero’, nós faríamos a alteração, o que nao aconteceu”, disse.

12:25 – Líder do governo interrompe perguntas e Omar Aziz repreende: ‘Vossa Excelência trabalhava com ela? Dá um tempo’ 

O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), interrompeu as perguntas do relator, Renan Calheiros (MDB-AL), para dizer que “houve inconsistências no contrato, corrigidas em menos de 24 horas”. O presidente da CPI da Covid-19, Omar Aziz (PSD-AM), o repreendeu: “Parece que Vossa Excelência trabalhava com ela. Está respondendo por ela. Eu quero saber: o senhor trabalhava com ela? Dá um tempo. Vossa Excelência trabalhava lá? Era auxiliar? Era auxiliar? Era auxiliar? Estou perguntando se Vossa Excelência era auxiliar, porque tudo o que ela fala vocês querem se meter”.

12:17 – Simone Tebet discute com Flávio Bolsonaro e diz: ‘Se repetir o que falou com o microfone desligado, vou levá-lo ao Conselho de Ética’

Os senadores Simone Tebet (MDB-MS) e Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) bateram boca há pouco. O filho do presidente Jair Bolsonaro disse algo fora do microfone à líder da bancada feminina, que reagiu: “O senhor me respeite. Se repetir o que falou com o microfone desligado, vou levá-lo ao Conselho de Ética”.

11:54 – Depoimento de dono da Precisa é adiado para agosto 

O presidente da CPI da Covid-19, Omar Aziz (PSD-AM), anunciou que o depoimento de Francisco Maximiano, dono da Precisa Medicamentos, será adiado para agosto. A sua oitiva estava inicialmente prevista para esta quarta-feira, 14, após a inquirição de Emanuela Medrades. Nesta quinta-feira, 15, será ouvido Cristiano Alberto Carvalho, CEO da Davati Medical Supply no Brasil.

11:53 – Sessão é retomada

Depoimento de Emanuela Medrades é retomado.

11:44 – Sessão é suspensa 

Depoimento é suspenso por cinco minutos.

11:40 – ‘Na quinta-feira passada encaminhamos as invoices’, disse Emanuela em audiência no Senado

“Na quinta-feira passada encaminhamos as invoices”, disse textualmente, no dia 23 de março, Emanuela Medrades, se referindo ao dia 18 de março. Na sessão desta quarta-feira, porém, ela disse que não quis dizer o que disse. Ela afirmou que a nota fiscal só foi enviada ao Ministério da Saúde no dia 22 de março – esta é a versão do Palácio do Planalto. “A comissão é muito inteligente. Aqui não tem bestinha”, reagiu Omar Aziz (PSD-AM), presidente da comissão.

11:31 – Emanuela: ‘Desafio Willian Amorim e Luis Ricardo a provarem que receberam a invoice no dia 18 de março’

Emanuela Medrades desafiou os servidores Willian Amorim e Luis Ricardo Miranda, chefe de Importação do Ministério da Saúde, a provarem que receberam a invoice da Precisa Medicamentos no dia 18 de março. Em um vídeo exibido pelo relator, Renan Calheiros (MDB-AL), a diretora da empresa fala no envio da documentação nesta data. Ela admite que criou um link do Dropbox e encaminhou uma série de documentos ao Ministério da Saúde, mas ressalta que a nota fiscal não constava nesta lista.

11:01 – ‘Memória da reunião é mentirosa’, diz Emanuela 

Diante da afirmação de que a Precisa Medicamentos não ofertou vacinas a US$ 10 ao Ministério da Saúde, o relator, Renan Calheiros (MDB-AL), fez o seguinte questionamento à depoente: “A memória da reunião é mentirosa?”. Emanuela Medrades respondeu que “sim, é mentirosa”. A reunião ocorreu no Ministério da Saúde no dia 20 de novembro de 2020.

10:56 – Precisa não ofertou dose da Covaxin a 10 dólares, diz Emanuela 

Emanuela Medrades afirmou que a Precisa Medicamentos não ofertou dose da Covaxin a US$ 10. No entanto, o Ministério da Saúde enviou à CPI da Covid-19 a ata de uma reunião do dia 20 de novembro de 2020, que contou com a participação de Elcio Franco Filho e de representantes da Bharat Biotech e da Precisa, segundo a qual foi feita uma oferta neste valor – no contrato assinado pelo governo federal, cada dose custaria US$ 15. “Não sei por que colocaram [esse valor na ata da reunião], nós não ofertamos a vacina a dez dólares”, disse Medrades. “Se esse preço foi falado, é como expectativa [de preço]. Não houve, em momento nenhum, proposta que não tenha sido aquela enviada pela Bharat ao ministério, no valor de 15 dólares”, acrescentou.

10:44 – Emanuela: Nunca recebi alguém do Ministério da Saúde no escritório da Precisa 

A diretora técnica da Precisa Medicamentos afirmou que se reuniu com o então secretário-executivo do Ministério da Saúde Elcio Franco Filho e com o diretor de Logística da pasta Roberto Ferreira Dias por diversas vezes para tratar sobre a aquisição da Covaxin. O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, segundo ela, não participou de nenhuma reunião. Ela acrescentou, no entanto, que nunca recebeu representantes do governo federal no escritório da empresa.

10:38 – Bharat Biotech é responsável pela precificação da vacina Covaxin

Questionada pelo relator, Renan Calheiros (MDB-AL), sobre o motivo pelo qual a Covaxin é 50% mais cara do que outras vacinas compradas pelo governo federal, como a CoronaVac, por exemplo, Emanuela Medrades afirmou que a política de precificação do imunizante é de responsabilidade da Bharat Biotech. “O que nós fizemos foi tentar o tempo todo reduzir esse custo. Não foi só uma vez, foram diversas vezes”, disse. Antes, ela ressaltou que a Precisa Medicamentos “não intermedia [nenhuma negociação], ela representa”. “Todas as questões comerciais são tratadas entre a Bharat Biotech e o Ministério da Saúde. A proposta de 15 dólares foi enviada diretamente pela Bharat ao ministério”, explicou.

10:22 – Negociações para compra da Covaxin não tiveram apoio diplomático, diz Emanuela 

Emanuela Medrades afirmou que as negociações para a compra da Covaxin não tiveram apoio da diplomacia brasileira. Segundo ela, as tratativas ocorreram apenas entre a Precisa Medicamentos e a Bharat Biotech, fabricante do imunizante.

10:17 – Precisa procurou a Bharat Bioetech; contatos começaram em junho de 2020 

Respondendo aos primeiros questionamentos do relator, Renan Calheiros (MDB-AL), Emanuela Medrades afirmou que a Precisa Medicamentos procurou a Bharat Biotech, fabricante da Covaxin. Os contatos, segundo a depoente, começaram em junho de 2020. A parceria entre as parcerias foi firmada em outubro do mesmo ano.

10:09 – ‘Faço questão de falar tudo’, diz Emanuela 

A diretora técnica da Precisa Medicamentos Emanuela Medrades disse que faz questão “de falar tudo”, acrescentando que está à disposição para prestar esclarecimentos. Ela também afirmou que não houve irregularidades no processo de compra da Covaxin.

10:05 – Sessão é aberta 

Presidente da CPI da Covid-19, Omar Aziz (PSD-AM), abriu os trabalhos desta quarta-feira, 14

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