Witzel pede para se retirar e sessão da CPI da Covid-19 é encerrada; veja como foi

Ex-governador do Rio usou habeas corpus concedido pelo STF; mais cedo, comissão aprovou a quebra de sigilo de Carlos Wizard e Francisco Emerson Maximiano, representante da vacina Covaxin no Brasil

  • Por Jovem Pan
  • 16/06/2021 09h42 - Atualizado em 16/06/2021 14h23
Gilvan de Souza/Estadão Conteúdo Governador em coletiva Witzel sofreu impeachment por ter sido considerado culpado por crime de responsabilidade

A CPI da Covid-19 ouve, nesta quarta-feira, 16, o ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel. Apesar da decisão do ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), de facultar sua presença, o ex-gestor estadual afirmou que irá comparecer. Eleito em 2018 com o apoio do presidente Jair Bolsonaro e do filho dele, o senador Flávio Bolsonaro, Witzel, hoje considerado um adversário político do Palácio do Planalto, sofreu impeachment por ter sido considerado culpado por crime de responsabilidade na gestão de contratos na área da Saúde durante a pandemia.

Segundo apurou a Jovem Pan, Witzel também será questionado sobre a aplicação de recursos repassados pela União ao Estado do Rio de Janeiro e sobre a morte de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Embora a investigação do assassinato da vereadora não esteja no escopo da comissão, o ex-governador afirma que foi perseguido pela família Bolsonaro a partir do momento em que a Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu Ronnie Lessa e Elcio Vieira de Queiroz, dois suspeitos pelo crime. Antes do depoimento de Witzel, a CPI vai analisar requerimentos de convocações e decidir sobre a reclassificação de documentos – a intenção dos parlamentares é retirar o sigilo de uma parte dos documentos enviados à comissão. Acompanhe a cobertura ao vivo da Jovem Pan:

14:12 – Witzel pediu para se retirar; sessão é encerrada 

O senador Eduardo Girão (Podemos-CE) estava fazendo seus questionamentos, quando foi interrompido pelo presidente da CPI da Covid-19, Omar Aziz (PSD-AM). Amparado pela decisão do ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), Witzel pediu para ser dispensado. A sessão foi sumariamente encerrada.

14:05 – ‘O senhor está bancando o mocinho e o santo, mas está cheio de picaretagem’, diz senador governista 

O senador Jorginho Mello (PL-SC), governista, disse que Witzel, ex-juiz federal, “envergonhou a Justiça brasileira”. “O senhor está aqui dizendo que é um santo, mas fico só imaginando a amargura das pessoas que o senhor meteu a caneta para condenar. O senhor saiu do cargo de juiz federal para ser governador, mas na primeira oportunidade fez um monte de lambança”, disse. O ex-governador do Rio disse que a acusação era “leviana”. “Leviano é o senhor que foi cassado”, reagiu o parlamentar. “O senhor está bancando o mocinho, o santos, mas está cheio de picaratagem no Rio de Janeiro”, prosseguiu Mello. Witzel pediu a palavra para responder, mas Jorginho disse, aos gritos: “Não quero ouvir a sua resposta”.

14:00 – Rosa Weber mantém quebra de sigilo de Carlos Wizard 

A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), manteve a quebra de sigilo de Carlos Wizard Martins. O empresário é apontado como membro do gabinete paralelo ao Ministério da Saúde e é aguardado para depor nesta quinta-feira, 17. Em sua decisão, a magistrada afirmou que “a eventual existência de um Ministério da Saúde paralelo, desvinculado da estrutura formal da Administração Pública, constitui fato gravíssimo que dificulta o exercício do controle dos atos do Poder Público, a identificação de quem os praticou e a respectiva responsabilização e, como visto, pode ter impactado diretamente no modo de enfrentamento da pandemia”.

13:47 – ‘Bolsonaro ignorava tentativa de reaproximação política’, diz Witzel 

O ex-governador do Rio afirmou que o presidente Jair Bolsonaro ignorava a sua tentativa de aproximação política. Witzel citou declarações de Bolsonaro a apoiadores no “cercadinho” do Palácio da Alvorada. Os dois romperam porque o então gestor estadual tinha a pretensão de disputar eleições presidenciais.

13:01 – Flávio Bolsonaro diz que corrupção mata e Omar Aziz reage: ‘Falta de vacinas também’ 

O senador Flávio Bolsonaro citou o fato de Witzel ser acusado de chefiar uma organização criminosa para dizer que “corrupção mata”. Presidente da CPI da Covid-19, Omar Aziz (PSD-AM), reagiu: Falta de vacinas também”. O filho do presidente da República, que não é titular nem suplente da comissão, afirmou que os imunizantes “estão chegando aí”. “Mas com demora. Não vou entrar nessa discussão”, replicou Aziz.

12:59 – ‘Renan faz conchavo com Witzel’, diz Flávio Bolsonaro

O presidente Omar Aziz (PSD-AM) garantiu a palavra ao senador Flávio Bolsonaro, citado por Witzel em suas respostas. O filho do presidente da República disse que o relator da comissão, Renan Calheiros (MDB-AL), faz “conchavo” com o ex-governador. “O senhor [Witzel] vem aqui criando narrativa mentirosa. Ele foi eleito mentindo, enganando a população do Rio de Janeiro. As investigações às quais o senhor responde começaram na Polícia Civil e no Ministério Público estadual. Quando chegaram no seu nome é que foi para o Ministério Público Federal, porque o senhor é acusado de ser chefe de organização criminosa. O senhor está está ignorando que [o seu afastamento do cargo de governador] foi uma decisão de um ministro do STJ, referendada depois pelo pleno. Há um conchavo de todos contra você? O conselho misto o cassou, por unanimidade. Cinco deputados estaduais e cinco desembargadores. O que o senhor quer fazer nessa CPI? Dizer que é perseguido, que há um conluio contra você? Por muito menos já vi o relator pedir a prisão de depoente”, disse.

12:34 – Witzel é questionado sobre falas contra Flávio Bolsonaro

O relator da CPI da Covid-19, Renan Calheiros (MDB-AL), fez uma série de questionamentos a Wilson Witzel sobre declarações a respeito de Flávio Bolsonaro. O filho do presidente da República pede a palavra para se defender, apresenta questão de ordem para rebater as afirmações, e critica as perguntas do emedebista: “Isso é um vexame. O que o senhor está fazendo é um vexame”. “Será que eu não posso perguntar, presidente?”, reagiu Calheiros.

12:23 – Witzel sugere ‘reunião secreta’ para tratar de perseguição a governadores 

O ex-governador do Rio de Janeiro sugeriu a realização de uma “reunião secreta”, sob segredo de Justiça, para apresentar informações que possam basear uma investigação de membros do Judiciário que estariam perseguindo governadores. O presidente da CPI da Covid-19, Omar Aziz (PSD-AM), afirmou que irá recorrer à consultoria técnica do Senado para marcar a sessão.

12:15 – Flávio Bolsonaro causa bate-boca na comissão 

O senador Flávio Bolsonaro interrompeu uma declaração do ex-governador Wilson Witzel e causou um bate-boca na CPI da Covid-19. O filho do presidente da República, que não é titular nem membro da comissão, discutiu com os senadores Humberto Costa (PT-PE) e Rogério Carvalho (PT-SE). Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Renan Calheiros (MDB-AL), vice-presidente e relator do colegiado, respectivamente, afirmaram que o parlamentar está tentando intimidar Witzel, de quem é adversário político.

12:01 – Flávio Bolsonaro está no plenário da CPI

Filho do presidente da República, o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) está no plenário da CPI da Covid-19, acompanhado do deputado federal Otoni de Paula (PSC-RJ). Flávio apoiou a eleição de Witzel em 2018, mas se tornou adversário político do ex-governador do Rio.

11:54 – Irmã de Marielle reage às declarações de Witzel na CPI: ‘Nos poupe de passar ainda mais raiva nesse país’

Anielle Franco, irmã de Marielle Franco, vereadora assassinada em 2018, foi ao Twitter reagir às declarações de Wilson Witzel à CPI da Covid-19. Mais cedo, o ex-governador do Rio afirmou que a perseguição ao seu governo começou quando ele mandou “investigar o caso Marielle”. “Na hora de apoiar a quebra da placa não colocou a culpa na minha irmã. Subiu, fez charminho, riu, e achou lindo! Agora quer usar o nome dela de escudo? Assuma seus atos, Wilson Witzel. Eu heim! Nos poupe de passar ainda mais raiva nesse país”, escreveu. Anielle se refere ao episódio no qual dois deputados, ao lado do governador, quebraram uma placa de rua com o nome da vereadora. 

11:51 – Witzel relata reunião com Moro no ano passado 

O ex-governador do Rio de Janeiro relatou uma reunião que teve com o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro, no ano passado. Segundo Witzel, Moro teria lhe pedido para “parar de falar que quer ser presidente. Se não parar, infelizmente não vamos poder te atender em nada”. “É uma clara intervenção em um Estado da federação”, disse.

11:34 – ‘Nível de cooperação do Ministério da Saúde foi praticamente zero’, diz Witzel

O ex-governador do Rio afirmou que, apesar do pedido feito ao governo federal, “o nível de cooperação do Ministério da Saúde foi praticamente zero”. “O que tivemos foi uma descooperação”, explicou. Witzel se queixou da falta de coordenação da União e destacou que os governadores clamaram pela criação de um auxílio emergencial.

11:22 – Witzel: ‘Tudo isso começou porque mandei investigar o caso Marielle’

Witzel também afirmou que seu “calvário” começou quando ele mandou investigar a morte da vereadora Marielle Franco. “Quando foram presos os dois executores da Marielle, o meu calvário e a perseguição contra mim foram inexoráveis”, disse. “Ver um presidente dizer numa live que eu estava manipulando a polícia do meu Estado. Quantos crimes de responsabilidade esse homem vai cometer sem que alguém pare ele? Se não pararmos, essa república chavista ao contrário vai avançar cada vez mais”, acrescentou.

11:18 – ‘Fui perseguido vergonhosamente por instituições que não poderiam se politizar’, diz Witzel 

Witzel encerrou sua exposição inicial dizendo que foi “perseguido vergonhosamente por instituições que não poderiam se politizar”. “Eu só fui o primeiro. Depois de mim, outros governadores foram atingidos por investigações superficiais, rasas. Agora estão fragilizando os governos estaduais. Este é um objetivo do enfraquecimento do Estado democrático de Direito”.

11:11 – Witzel: ‘Não houve desvio de dinheiro nenhum durante a pandemia’

O ex-governador do Rio Wilson Witzel disse que “não houve desvio de dinheiro nenhum durante a pandemia”. Em sua fala inicial, afirmou, também, que a investigação no Estado “era direcionada para me atingir”. Witzel sofreu impeachment por ter sido considerado culpado por crime de responsabilidade na gestão de contratos na área da Saúde durante a a crise sanitária.

11:03 – Discurso de Witzel gera reação de governista: ‘Veio aqui para fazer comício?’ 

O senador Jorginho Mello (PL-SC) reagiu à fala inicial de Witzel à CPI da Covid-19. “Ele veio aqui para fazer comício?”, questionou o parlamentar governista. O ex-governador do Rio de Janeiro disse que estava apenas fazendo a sua defesa. Omar Aziz, presidente da comissão, garantiu a palavra ao depoente.

10:59 – ‘Governo federal criou narrativa para fragilizar governadores’, diz Witzel

Em sua exposição inicial, Wilson Witzel disse que o governo Bolsonaro “criou uma narrativa estrategicamente pensada para colocar os governos estaduais em situação de fragilidade”. “O governo federal, para poder se livrar das consequências do que viria com a pandemia, criou uma narrativa estrategicamente pensada, para colocar os governadores em situação de fragilidade. O que ficou claro é que a narrativa construída pelo governo federal foi para colocar governadores em situação de fragilidade, porque tomaram as medidas necessárias de isolamento social. No dia 13 de maço de 2020, fui o primeiro governador a decretar o isolamento social de forma contundente, para que pudéssemos controlar a pandemia no Estado do Rio de Janeiro”, acrescentou.

10:54 – Witzel: ‘Governadores ficaram totalmente desamparados’

O ex-governador do Rio de Janeiro disse que “os governadores ficaram totalmente desamparados” no combate à pandemia do novo coronavírus. “Suplicamos ao presidente para que pudéssemos encontrar soluções em conjunto. Os governadores, os prefeitos, ficaram desamparados do apoio do governo federal. Está tudo documentado”, afirmou, citando cartas e ofícios enviados pelo Fórum dos Governadores ao governo federal.

10:50 – ‘Meu compromisso sempre foi falar a verdade’, diz Witzel 

O ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel afirmou que “não haverá problema em responder toda e qualquer pergunta nesta CPI”. “Meu compromisso sempre foi a falar a verdade. Não tenho medo da verdade. Estarei aqui à disposição”, acrescentou.

10:44 – Requerimento de Girão é rejeitado 

O requerimento de convocação de Carlos Gabas, ex-secretário-executivo do Consórcio Nordeste, foi rejeitado por 6 votos a 4. O pedido foi apresentado e defendido sucessivamente pelo senador Eduardo Girão (Podemos-CE), aliado do Palácio do Planalto.

10:32 – Omar Aziz se irrita com fala longe de senador governista 

O presidente da CPI da Covid-19, Omar Aziz (PSD-AM), se irritou com a postura do senador Eduardo Girão (Podemos-CE), integrante da tropa de choque governista. Girão pediu a palavra para defender a convocação de Carlos Gabas, ex-secretário-executivo do Consórcio Nordeste. Segundo o parlamentar, ele possui provas de que o órgão recebeu verbas federais. “Apontam-se diversos indícios de irregularidade nessa aquisição [de respiradores pulmonares]”, disse. Aziz reagiu: “Aqueles senadores que trazem um catatau pra ler o que as assessorias escrevem,  isso acabou”. O presidente do colegiado já havia se manifestado ontem contra exposições longas e sem objetividade.

10:20 – Senadores aprovam quebra de sigilo de Carlos Wizard

Entre os requerimentos aprovados há pouco estão os que pedem a quebra de sigilo bancário e fiscal de Carlos Wizard, apontado como membro do chamado “gabinete paralelo” de assessoramento ao presidente Jair Bolsonaro. O empresário é aguardado para depor nesta quinta-feira, 17, mas não confirmou sua presença. Segundo a sua defesa, ele está nos Estados Unidos desde o fim do mês de março. Caso não compareça, a CPI da Covid-19 deve recorrer ao pedido de condução coercitiva.

10:06 – CPI da Covid-19 aprova reclassificação de sigilo de documentos 

Por 7 votos a 4, a CPI da Covid-19 aprovou a reclassificação de sigilo de documentos enviados à comissão. Foram contra os senadores Ciro Nogueira (PP-PI), Marcos Rogério (DEM-RO), Jorginho Mello (PL-SC) e Luis Carlos Heinze (PP-RS).

09:58 – Governistas pedem manutenção de sigilo de documentos da Saúde e das Relações Exteriores

Os senadores governistas Marcos Rogério (DEM-RO) e Ciro Nogueira (PP-PI) pedem que não seja levantado o sigilo de documentos enviados à CPI da Covid-19 pelos ministérios da Saúde e das Relações Exteriores. Eles argumentam que há informações que envolvem não apenas o Brasil, mas, também, outros países. O presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), citou um documento sigiloso, revelado inicialmente pela TV Globo, no qual o embaixador do Brasil em Washington, Nestor Forster, comemorou em maio de 2020 a doação de dois milhões de comprimidos de hidroxicloroquina ao Brasil pelo governo dos EUA.

09:42 – Sessão é aberta

Omar Aziz (PSD-AM) abre os trabalhos desta quarta-feira, 16. Antes do depoimento do ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel, os senadores vão analisar requerimentos de convocação e de quebras de sigilo. Os membros da comissão também devem retirar o sigilo de parte dos documentos enviados à comissão.

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