Barros diz que CPI afastou quem queria vender vacinas para o Brasil; sessão é encerrada

Segundo depoimento de Luis Miranda à comissão, deputado foi citado pelo presidente Jair Bolsonaro como ‘dono do rolo’ para a compra do imunizante indiano

  • Por Jovem Pan
  • 12/08/2021 10h30 - Atualizado em 12/08/2021 15h17
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Michel Jesus/Câmara dos Deputados Ricardo Barros em audiência na Câmara Barros é ouvido nesta quinta-feira, 12, na condição de convidado

Em uma das sessões mais aguardadas desde o início dos trabalhos, a CPI da Covid-19 ouve, nesta quinta-feira, 12, o deputado federal e líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR). Os senadores querem esclarecer se o parlamentar tem vínculo com eventuais irregularidades na compra de 20 milhões de doses da vacina Covaxin. De acordo com o deputado Luis Miranda (DEM-DF), que já depôs à comissão, o presidente Jair Bolsonaro apontou Barros como “dono do rolo” que culminou na assinatura do contrato para a aquisição do imunizante indiano. Miranda e seu irmão, Luis Ricardo, chefe de Importação do Ministério da Saúde, se reuniram com Bolsonaro no dia 20 de março para denunciar o caso – o chefe do Executivo federal se tornou investigado pela Polícia Federal (PF) pelo suposto crime de prevaricação.

Os parlamentares também pretendem apurar a relação de Ricardo Barros com Francisco Maximiano, dono da Precisa Medicamentos, que intermediou a compra da Covaxin junto ao Ministério da Saúde. O empresário, conhecido como Max, é sócio de outra empresa, a Global Gestão em Saúde, que deu um calote na pasta em um processo de compra de remédios para doenças raras na época em que Barros comandava a Saúde. Nesta quarta-feira, 11, o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), converteu a convocação do deputado em convite – neste caso, ele não é obrigado a comparecer, mas o líder do governo tem dito que quer ser ouvido. No início de agosto, a comissão aprovou a quebra dos sigilos telefônico, fiscal, bancário e telemático de Barros. Acompanhe a cobertura ao vivo da Jovem Pan: 

15:16 – Sessão é encerrada 

Omar Aziz (PSD-AM) encerrou a sessão. Ricardo Barros será convocado e ouvido em outra oportunidade.

15:13 – Depoimento é retomado

Após bate-boca e intervalo de mais de uma hora, a sessão destinada ao depoimento de Ricardo Barros (PP-PR) é retomado.

14:17 – Sessão será retomada às 15h 

Depois de cogitar encerrar a sessão desta quinta-feira, 12, a cúpula da CPI da Covid-19 decidiu retomar o depoimento de Ricardo Barros às 15h. Segundo apurou a Jovem Pan, os senadores estavam estudando se transformariam o convite do líder do governo em convocação e se a oitiva seria transferida para outra data. Em uma postagem em seu perfil no Twitter, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), suplente da comissão, “existe uma série de fatos que o deputado Ricardo Barros precisa explicar”.

13:44 – Se convocado, Ricardo Barros é obrigado a dizer a verdade 

Neste momento, a cúpula da CPI da Covid-19 está avaliando se a sessão desta quinta-feira, 12, será retomada e se a comissão manterá a condição de convidado. Caso os senadores decidam convocar o líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR), ele será obrigado a comparecer e dizer a verdade.

13:35 – Após embate entre Barros e direção da CPI, sessão não deve ser retomada

Depois de mais um bate-boca envolvendo Ricardo Barros e a direção da CPI da Covid-19, a sessão desta quinta-feira não deve ser retomada. A avaliação é dos próprios integrantes da comissão. Ao lado de Barros, em pronunciamento à imprensa, o senador governista Marcos Rogério (DEM-RO) disse ter a impressão de que não há clima para a retomada da oitiva. Antes de suspender o depoimento pela segunda vez, o presidente do colegiado, Omar Aziz (PSD-AM), disse que iria avaliar o convite de Barros.

13:27 – Em coletiva, Barros diz que fabricantes de vacina não querem ‘se expor a esse tipo de inquirição da CPI’

Em pronunciamento à imprensa, o líder do governo Bolsonaro na Câmara, Ricardo Barros, voltou a acusar a CPI da Covid-19 de afastar vendedores de vacina do Brasil. “A CPI faz o seu trabalho de investigação e informação, mas, fato concreto: não há mais laboratórios buscando o Brasil para vender vacinas, porque não querem se expor a esse tipo de inquirição que a CPI faz”, disse. Ele fala ao lado dos senadores Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), Luis Carlos Heinze (PP-RS), Fernando Bezerra (MDB-PE) e Marcos Rogério (DEM-RO).

13:15 – Aziz suspende sessão mais uma vez

Depoimento é suspenso após mais um bate-boca.

13:13 – Barros diz que CPI ‘afastou empresas que querem vender vacinas’ do Brasil e causa bate-boca

O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR) afirmou que a CPI da Covid-19 afastou “muitas empresas interessadas em vender vacinas ao Brasil”. “Espero que a CPI traga bons resultados para o Brasil, que produza efeito positivo para o Brasil, porque o negativo já produziu: afastou muitas empresas interessadas em vender vacinas ao Brasil”, disse. A declaração causou revolta dos senadores. “Afastamos as vacinas que vocês, do governo, queriam tirar proveito, rapaz. Afastamos os negociadores”, respondeu Omar Aziz. “Isso não é verdade. Quando a CPI foi instalada tínhamos quase 400 mil vidas perdidas. O senhor vem aqui dizer que afastamos as fabricantes idôneas de trazer vacina para o Brasil?”, questionou Simone Tebet (MDB-MS). “Impedimos que houvesse roubo”, gritou o senador Humberto Costa (PT-PE). Aziz cortou os microfones e suspendeu a sessão. O presidente da comissão vai avaliar se mantém o convite de Barros.

12:51 – ‘Vão quebrar os meus sigilos e não vão achar nenhuma ligação minha com a Covaxin’, afirma Barros

Respondendo a um questionamento do relator, Renan Calheiros (MDB-AL), o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR) disse que a CPI da Covid-19 vai quebrar os seus sigilos e não vão achar “nenhuma possibilidade de ligação minha com esse assunto Covaxin”. “Não é adequada esta tentativa de raciocínio de que eu estava interessado em favorecer a Índia por causa da Covaxin”, acrescentou.

12:45 – ‘Não vou aceitar sua ilação’, diz Ricardo Barros a senadora 

Questionado sobre a emenda apresentada que visava garantir a importação de vacinas aprovadas pela agência reguladora da Índia, Ricardo Barros (PP-PR) afirmou que o fez porque o país é o maior produtor de vacinas do mundo. Ele também afirmou que outros parlamentares apresentaram emendas a fim de agilizar a importação de imunizantes aprovados em outros países. A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) destacou que Barros “só se preocupou com a Índia”, onde a Covaxin foi produzida. “Desculpa, não vou aceitar a sua ilação”, rebateu o líder do governo na Câmara.

12:32 – Ricardo Barros: ‘Não acredito que Roberto Dias tenha feito pedido de propina’

Ricardo Barros afirmou há pouco que não acredita que o ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias tenha feito pedido de propina de US$ 1 por dose das vacinas da AstraZeneca. A denúncia foi feita pelo cabo da Polícia Militar de Minas Gerais Luiz Paulo Dominguetti ao jornal Folha de S. Paulo e confirmado em seu depoimento à CPI da Covid-19. Dias foi indicado para o cargo pelo ex-deputado Abelardo Lupion (DEM-PR) e atuou como chefe de gabinete da Secretaria de Estado da Infraestrutura e Logística no governo de Cida Borghetti, esposa de Barros, no governo do Estado do Paraná.

11:49 – Depoimento é retomado 

Omar Aziz retoma a sessão e pede para que a Mesa exiba trecho do depoimento de Luis Miranda (DEM-DF) à CPI da Covid-19 na qual o parlamentar relata o encontro que teve com Bolsonaro, no dia 20 de março, quando trataram sobre as irregularidades na compra da Covaxin. No vídeo, Miranda afirma que o presidente da República citou o nome de Ricardo Barros como “o fulano” envolvido “no rolo”. “Não sejamos hipócritas: todos nós sabíamos qual era o nome do deputado citado, porque ele já tinha dito ali na antessala”, disse Aziz.

11:31 – Omar Aziz suspende sessão 

O presidente da CPI da Covid-19, Omar Aziz (PSD-AM), suspendeu a sessão e disse que a oitiva só será retomada quando a comissão tiver o trecho do vídeo no qual Luis Miranda (DEM-DF) relata, em seu depoimento, o encontro que teve com o presidente Jair Bolsonaro para denunciar as irregularidades na compra da vacina Covaxin.

11:28 – Início da sessão é marcado por bate-boca 

Não demorou muito para a sessão de hoje se transformar em tumulto. Logo na primeira pergunta do relator, Renan Calheiros (MDB-AL), os senadores começaram a bater boca. Os governistas dizem que o grupo majoritário da CPI da Covid-19 só está interessado em respostas que incriminem o presidente Jair Bolsonaro. A cúpula do colegiado, por sua vez, diz que Ricardo Barros está distorcendo a sua função de depoente e quer conduzir a reunião. Filho do chefe do Executivo federal, o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) apareceu no plenário da comissão pela primeira vez desde que se tornou suplente. “Deixa ele fazer a defesa dele, p****”, disse Flávio. Líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE) gritou diversas vezes. “Não fique vermelho, não, senador Bezerra. As cores que o senhor defende não tem relação a isso”, rebateu Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

11:19 – Omar Aziz se irrita com comentários de Barros sobre CPI e diz: ‘Devagar com o andor que o santo é de barro’

O presidente da CPI da Covid-19, Omar Aziz (PSD-AM), se irritou com a postura do deputado Ricardo Barros (PP-PR). O líder do governo na Câmara disse que a comissão cria narrativas. “No meu Estado, o caboclo é sábio. O cara que morre pela boca é chamado de tucanaré. Devagar com o andor que o santo é de barro. Com todo o respeito que estamos tendo pelo senhor, não criamos versão. São fatos. Aqui, o Luis Miranda disse que a pessoa a que se referia [o presidente Jair Bolsonaro] era Vossa Excelência. E digo mais: se eu fosse o líder do governo, eu não pedia, não. Eu exigia que o presidente se retratasse e falasse para todo o Brasil, nas lives, que ele nunca citou seu nome. Ele nunca disse isso. Eu ouvi o senhor dizer que a CPI criou uma versão. Eu quero que traga o depoimento de Luis Miranda quando ele diz como foi a conversa. Eu sempre disse que não era necessária a sua presença aqui. Bastava o presidente ter desmentido o Luis Miranda”, disse Aziz.

11:05 – Senadores fazem um minuto de silêncio em homenagem ao ator Tarcísio Meira

No início da sessão, os senadores fizeram um minuto de silêncio em homenagem ao ator Tarcísio Meira, que morreu por complicações da Covid-19 aos 85, na manhã desta quinta-feira. Um dos maiores artistas do Brasil, Meira dedicou 64 anos à dramaturgia.

10:53 – Barros atribui pergunta de Bolsonaro sobre seu envolvimento no caso Covaxin à foto apresentada por Miranda

Ricardo Barros diz que Luis Miranda levou, durante reunião com o presidente Jair Bolsonaro, uma fotografia do deputado em uma revista durante a investigação do caso da Global Gestão em Saúde, que deu um calote na pasta em um processo de compra de remédios para doenças raras na época em que Barros comandava a Saúde. “Provavelmente é a esse fato que o presidente se referiu”, justifica o depoente. “Mas eu vou agradecer ao deputado Luis Miranda, porque em todas suas falas ele disse que o presidente perguntou se o Ricardo Barros estava envolvido na Covaxin. Ele nunca afirmou”, aponta. “O presidente nunca afirmou que eu estava envolvido no caso Covaxin, ele perguntou”, ressalta o parlamentar.

10:46 – Depoente inicia sua fala relembrando seus feitos a frente do Ministério da Saúde

O deputado Ricardo Barros inicia seu depoimento relembrando sua gestão a frente do Ministério da Saúde durante a gestão de Michel Temer.

10:45 – Comissão vota pela quebra de sigilo do contrato da Covaxin

A senadora Simone Tebet (MDB-MS) pediu a Aziz que a CPI entre com mandato de segurança contra o sigilo decretado pelo Ministério da Saúde sobre o contrato da Covaxin. Os presentes votaram para que o contrato seja mantido público.

10:30 – Omar Aziz abre os trabalhos 

Começa a sessão destinada ao depoimento do deputado federal Ricardo Barros.

 

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