Confira os principais pontos do discurso de Lula no Sindicato dos Metalúrgicos

Ex-presidente diz que foi ‘vítima da maior mentira jurídica da história’; ele fala à imprensa dois dias depois de retomar os direitos políticos e se tornar elegível novamente

  • Por Jovem Pan
  • 10/03/2021 11h41 - Atualizado em 10/03/2021 14h10
Reprodução/Jovem Pan Lula dá coletiva de imprensa após decisão de Edson Fachin Coletiva de imprensa foi transmitida pelas redes sociais do ex-presidente

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta quarta-feira, 10, que foi vítima “da maior injustiça jurídica contada em 500 anos de história”. O petista concede entrevista coletiva, nesta quarta-feira, 10, no Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo do Campo (SP), ao lado do ex-prefeito Fernando Haddad, da deputada federal e presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, e do líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos. No início de seu discurso, Lula lembrou de quando foi preso. “Faz quase 3 anos que eu saí da sede desse sindicato para ir me entregar à Polícia Federal. Eu fui, obviamente, contra minha vontade porque sabia que estavam prendendo um inocente”, disse. Lula fala à imprensa dois dias após recuperar os seus direitos políticos e se tornar elegível – segunda-feira, 8, o ministro Edson Fachin anulou todas as condenações do ex-presidente por entender que a 13ª Vara Federal de Curitiba, da qual o então juiz federal Sergio Moro era titular, não tinha competência para analisar casos que não se relacionavam com desvios praticados contra a Petrobras.

“Fachin cumpriu uma coisa que a gente reivindicava desde 2016. A decisão que ele tomou, cinco anos depois, tardiamente, foi colocada por nós desde 2016. A gente cansou de dizer que a inclusão da Petrobras na vida do Lula, como criminoso, era a razão pela qual a quadrilha de procuradores da Lava Jato e o Moro entendiam que a única forma de me pegar era me levar para a Lava Jato, porque eu já havia sido liberado de vários outros processos, mas eles tinham como obsessão, porque queriam criar um partido político”, afirmou. “Toda a amargura que passei, todo o sofrimento que passei, acabou. Estou muito tranquilo. Mas nós vamos continuar brigando para que Moro seja considerado suspeito. Porque ele não tem o direito de se transformar no maior mentiroso do Brasil e ser considerado herói. Hoje ele deve estar sofrendo muito mais do que eu sofri. Tenho certeza que o Dallagnol está sofrendo muito mais do que sofri. Porque eles sabem que cometeram um erro”, acrescentou o ex-presidente.

Lula também agradeceu aos governadores pela busca por vacinas contra a Covid-19 e pelo embate contra o governo do presidente Jair Bolsonaro, a quem chamou de “fanfarrão”. Para o ex-presidente, os gestores estaduais estão em uma “luta titânica contra um governo incompetente, contra um Ministro da Saúde incompetente e contra as pessoas que não respeitam a vida”. “Esse país não tem governo. Esse país não cuida da economia. Não cuida do emprego, não cuida do salário, não cuida da saúde, não cuida do meio ambiente, não cuida da educação do jovens, da meninada da periferia. Ou seja, do que que eles cuidam?”.

Aos 75 anos, o ex-presidente também afirmou que pretende tomar a vacina na semana que vem e “fazer propaganda ao povo brasileiro”. “Semana que vem, se Deus quiser, vou tomar a minha vacina. Não me importa de que país, se são duas ou uma dose. Quero fazer propaganda para o povo brasileiro: não siga nenhuma decisão imbecil do presidente da República ou do ministro da Saúde. Tome vacina. Tome vacina, porque a vacina é uma das coisas que pode livrar você do Covid. Mas, mesmo tomando vacina, não ache que você pode tirar a camisa, ir para o boteco, pedir uma cerveja gelada e ficar conversando. Não, você precisa continuar fazendo o isolamento, utilizando máscara e álcool em gel”, disse.

Ao término de seu discurso, Lula respondeu a questionamentos de jornalistas. Questionado sobre articulações políticas e eleições presidenciais de 2022, o ex-presidente deu um indicativo de qual pode ser a estratégia do PT no eventual embate contra Bolsonaro. “O PT não pode ter medo de polarizar. O PT tem que ter medo de não polarizar e ficar esquecido”, diz Lula. “O PT sempre vai disputar as eleições para polarizar: com Bolsonaro, PSDB, DEM. Com qualquer partido”, avaliou.

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