Bolsonaro e Michelle chegam à PF para depoimentos simultâneos

Outros cinco suspeitos no caso das joias são ouvidos pela PF em Brasília; Frederick Wassef depõe em São Paulo

  • Por Brasília
  • 31/08/2023 11h36 - Atualizado em 31/08/2023 12h08
  • BlueSky
ANDRÉ RIBEIRO/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO - 25/07/2023 Jair Bolsonaro fala ao microfone O ex-presidente Jair Bolsonaro em evento em São Paulo

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou à sede da Polícia Federal em Brasília nesta quinta-feira, 31, um pouco antes das 11h. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro também já chegou ao local para a oitiva marcada, no mesmo horário, para prestar depoimento simultâneo ao do marido sobre o caso das joias supostamente enviadas e comercializadas nos Estados Unidos por aliados do ex-presidente. O ex-ministro Fabio Wajngarten acompanha o ex-presidente na PF e deve apresentar uma petição assinada por um integrante da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo) que aponta que, por ser advogado do casal, ele não poderia ser intimado para depor no caso. Já Frederick Wassef chegou para depoimento na superintendência da PF em São Paulo. Ao todo, os agentes da PF devem ouvir nesta quinta oito suspeitos de participação na venda ilegal dos presentes de luxo dados a Bolsonaro em viagens oficiais. Os investigadores querem ouvir todos ao mesmo tempo para evitar a chance de combinarem versões.

Bolsonaro e Michelle foram preparados para os depoimentos durante a semana, no escritório do PL na capital federal, por sua equipe de advogados. Também estão intimados nesta quinta: Mauro César Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência; Mauro Cesar Lourena Cid, pai de Mauro Cid, general da reserva do Exército; Fabio Wajngarten, advogado de Bolsonaro e ex-chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência; Frederick Wassef, advogado de Bolsonaro; Marcelo Câmara, assessor especial do ex-presidente; e Osmar Crivellati, assessor de Bolsonaro.

Mensagens apontam que aliados de Bolsonaro negociaram a venda no exterior de relógios e outros itens presenteados pelo governo da Arábia Saudita, que deveriam ter sido encaminhados ao acervo presidencial. O dinheiro obtido com as vendas teria sido entregue ao ex-presidente pelos intermediários. Ainda, há indícios de que os aliados tentaram recuperar objetos vendidos, comprando-os de volta no exterior, depois que a apreensão de presentes no Aeroporto de Guarulhos veio a público no começo deste ano. Bolsonaro e Michelle já tiveram sigilos bancário e fiscal quebrados pela investigação, enquanto Wassef teve celulares apreendidos. O advogado confessou ter tentado recomprar um relógio nos Estados Unidos para devolvê-lo à União, mas negou esquema ilegal.

Um dos possíveis desdobramentos dos depoimentos desta quinta seria uma confissão do ex-ajudante Mauro Cid, que está preso por suspeita de falsificação de cartões de vacinação e estaria negociando uma delação premiada. Outra possível reviravolta, citada pelo procurador-geral da República Augusto Aras, seria a transferência do caso, hoje no STF (Supremo Tribunal Federal), para uma vara judicial comum – já que Bolsonaro não tem mais foro privilegiado. O ex-presidente também seria questionado pela PF nesta quinta sobre a troca de fake news relacionadas à eleição de 2022 em um grupo com empresários, mas a oitiva sobre esse caso foi adiada a pedido da defesa.

  • BlueSky

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.