Bolsonaro irá depor à Polícia Federal na próxima quarta-feira em inquérito sobre 8 de Janeiro

Depoimento acontecerá após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, atender a um pedido da Procuradora-Geral da República para que o ex-presidente fosse ouvido num prazo de 10 dias

  • Por Eduardo Morgado
  • 20/04/2023 16h51 - Atualizado em 20/04/2023 17h48
WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO Jair Bolsonaro Jair Bolsonaro (PL) pode se tornar inelegível pela segunda vez

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) irá comparecer à sede da Polícia Federal, em Brasília, na próxima quarta-feira, 26, para depor no inquérito que investiga as invasões de manifestantes à sede dos Três Poderes em 8 de Janeiro. A informação foi confirmada pela equipe de reportagem da Jovem Pan e, até o momento, não há horário definido para que a fala do ex-mandatário seja colhida. O depoimento ocorrerá após determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que atendeu a um pedido realizado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) para que o político fosse ouvido num prazo de 10 dias. O inquérito instaurado pelo órgão busca apurar possíveis colaborações de autores intelectuais e participantes por instigação aos manifestantes de 8 de Janeiro através dos crimes de “terrorismo, associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, ameaça, perseguição e incitação ao crime”, segundo despacho assinado por Moraes.

“No caso dos autos, a oitiva de JAIR MESSIAS BOLSONARO, nos termos indicados pelo Ministério Público, é medida indispensável ao completo esclarecimento dos fatos investigados. […] A PGR, ao determinar a juntada da representação do Ministério Público Federal aos autos, afirmou que ‘a presente representação trata de conduta praticada por Jair Messias Bolsonaro em 10 de janeiro de 2023, pela qual o autor teria supostamente incitado a perpetração de crimes contra o Estado de Direito. Não se tem notícia de que atos golpistas dessa estirpe tenham se concretizado posteriormente à publicação atribuída ao representado, razão pela qual é acertada, a princípio, a tipificação sugerida pelos representantes. Há adequação, in tese, ao artigo 286 do Código Penal’, salientando, ainda, que ‘por ser pertinente ao objeto do procedimento investigatório'”, diz trecho do documento. Na data em questão, o perfil de Bolsonaro – que conta com mais de 15 milhões de seguidores – compartilhou no Facebook um vídeo em que o Felipe Gimenez, procurador de Mato Grosso do Sul, afirma que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não foi eleito, mas sim “escolhido por ministros do STF e do TSE”. A publicação foi apagada no dia seguinte, após repercussão negativa na esteira das invasões à Câmara dos Deputados, Senado Federal, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal.

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