Brasil e Colômbia dizem que ordem de prisão contra Edmundo González dificulta solução pacífica na Venezuela

Governos dos dois países estão preocupados com a situação e disse que a decisão afeta os compromissos assumidos pelo Governo venezuelano no âmbito dos Acordos de Barbados

  • Por Sarah Américo
  • 03/09/2024 21h14 - Atualizado em 03/09/2024 21h16
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EFE/ Mauricio Dueñas Castañeda lula e gustavo petro Presidente da Colômbia, Gustavo Petro, saúda seu homólogo do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, durante uma declaração conjunta

O governo brasileiro manifestou na noite desta terça-feira (3) profunda preocupação com a ordem de apreensão emitida pela Justiça da Venezuela contra o opositor de Nicolás Maduro, Edmundo González Urrutia. “Esta medida judicial afeta gravemente os compromissos assumidos pelo Governo venezuelano no âmbito dos Acordos de Barbados, em que governo e oposição reafirmaram seu compromisso com o fortalecimento da democracia e a promoção de uma cultura de tolerância e convivência”, diz a nota do Itamaraty, acrescentando que a decisão “dificulta, ademais, a busca por solução pacífica, com base no diálogo entre as principais forças políticas venezuelanas”. Na segunda-feira (2), o tribunal da Venezuela emitiu uma ordem de prisão contra Urrutia, que reivindica sua vitória nas eleições presidenciais de 28 de julho, nas quais Maduro foi declarado vencedor em meio a denúncias de fraude.

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“O tribunal de primeira instância em funções de controle a nível nacional concorda com a ordem de apreensão contra Edmundo González Urrutia por graves crimes”, escreveu o Ministério Público em sua conta no Instagram, minutos depois de anunciar que solicitava a prisão. O MP solicitou a um tribunal com jurisdição sobre terrorismo o mandado de prisão contra González Urrutia por supostos crimes relacionados às eleições, que incluem “desobediência das leis”, “conspiração”, “usurpação de funções” e “sabotagem”. González Urrutia, 75 anos, foi convocado a depor no MP em três ocasiões. Não compareceu a nenhuma delas, embora a terceira tenha coincidido com um apagão em todo o país na última sexta-feira, 30 de agosto.

Nesta terça, González Urrutia disse descartou, por enquanto, pedir asilo em alguma embaixada na Venezuela. “Temos pouco conhecimento sobre esse processo judicial”, explicou nesta terça-feira seu advogado, José Vicente Haro, do lado de fora da residência de González em Caracas. O mandado, que está a cargo da polícia judiciária, ainda não foi executado. Maduro chamou o opositor de covarde por estar “enconchado”, gíria popular para quem se esconde das autoridades, e afirmou que ele está preparando a fuga. Haro indicou que o diplomata, por enquanto, não procurou refúgio em alguma representação diplomática. “Não pediu asilo. É uma questão que a família ou o senhor Edmundo González Urrutia não levantaram”, declarou.

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