Câmara de São Paulo dá início à investigação contra Camilo Cristófaro por manifestação racista

Texto na Corregedoria da Casa foi aprovado por unanimidade, com seis votos favoráveis contra zero; relatora Elaine Mineiro (PSOL) alega que vereador cometeu quebra de decoro

  • Por Jovem Pan
  • 19/05/2022 15h58
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Afonso Braga / Câmara Municipal de São Paulo - 14/07/2020 Camilo Cristófaro Vereador Camilo Cristófaro proferiu falas racistas durante reunião na Câmara Municipal de São Paulo

A Câmara Municipal de São Paulo, através da Corregedoria da Casa, iniciou nesta quinta-feira, 19, o processo de investigação que pode cassar o mandato do vereador Camilo Cristófaro (Avante) – acusado de ter proferido uma fala racista. Colocado em votação, o texto foi aprovado por unanimidade por seis votos favoráveis – dos parlamentares André Santos (Republicanos), Antonio Donato (PT), Aurélio Nomura (PSDB), Rubinho Nunes (União Brasil) e Sandra Tadeu (União Brasil) – contra zero. Apenas o corregedor-geral, Gilberto Nascimento Júnior (PSC) absteve-se de votar.

A relatora da ação de admissibilidade, vereadora Elaine Mineiro (PSOL), conhecida como Elaine do Quilombo Periférico, indicou que Cristófaro deve pedir a suspensão ou a cassação do mandato do acusado. “Que seja considerada a frase como quebra de decoro parlamentar, portanto, que o parlamentar tenha o seu mandato cassado ou suspenso”, alegou Elaine em seu relatório após advertir que a manifestação de Cristófaro vai contra a dignidade e igualdade da população negra. O plenário da Câmara irá votar o texto da relatora e, caso aprovado, Camilo deverá apresentar sua defesa. Na sequência, a Corregedoria e o Plenário darão, novamente, seu posicionamento sobre o caso. Para cassar o mandato do parlamentar, são necessários dois terços dos votos da casa, ou seja, a aprovação de 37 vereadores.

No último dia 3 de maio, o vereador Cristófaro participava de uma reunião na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Aplicativos e, em trecho de sua fala, o parlamentar disse: “Não lavaram a calçada (…) é coisa de preto, né?”. O mesmo admitiu seu erro e pediu desculpas pelas sua declaração. Seu antigo partido, o Partido Socialista Brasileiro (PSB), anunciou, no dia seguinte, sua desfiliação ao alegar incompatibilidade de decoro e ética partidária. “Além de criminosa, tal conduta [de Cristófaro] afronta o programa do PSB, bem como o Estatuto e o Código de Ética do partido”, alegou a sigla.

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