Caso Genivaldo: Frota quer convocar ministro da Justiça e diretor da PRF para explicar morte em Sergipe
Deputado apresentou requerimento para que Anderson Torres e Silvinei Marques expliquem ação de policiais que resultou na morte por asfixia de um homem de 38 anos na cidade de Umbaúba
O deputado federal Alexandre Frota (PSDB-SP) apresentou requerimento de convocação do ministro da Justiça, Anderson Torres, e do diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Marques, para falarem na Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados sobre a morte de Genivaldo de Jesus Santos por agentes da PRF em Sergipe. O homem de 38 anos foi agredido por servidores e morreu por asfixia na quarta-feira, 25, na cidade de Umbaúba, após ser colocado em um carro da corporação com gás lacrimogêneo. “Eu vi com perplexidade o caso do Genivaldo. Uma brutalidade, uma violência e uma agressão desnecessárias. Me lembra muito o que aconteceu com George Floyd nos Estados Unidos. Reflete uma falta de preparo dos policiais, que erraram. Trata-se de tortura e homicídio, para começar o assunto. Imperdoável o que fizeram. Eles já deveriam estar presos enquanto aguardariam as investigações”, disse Frota ao site da Jovem Pan.
De acordo com Frota, há um acordo com o presidente do colegiado, Orlando Silva (PCdoB-SP), para que o requerimento seja colocado em votação na quarta-feira, 1º. O parlamentar do PSDB diz ter sido procurado por emissários do ministro da Justiça para que a convocação seja convertida em convite – neste caso, Anderson Torres não seria obrigado a comparecer. E é por este motivo que o tucano não pretende recuar de sua iniciativa. “Fui procurado pelo Ministério da Justiça, sim. Me pediram para trocar a convocação pelo convite, mas não vou recuar. Se for convite, todo mundo sabe que ele [Torres] não virá”, disse à reportagem.
Os membros da PRF integram a base de apoio do governo Bolsonaro – nesta semana, o Palácio do Planalto anunciou a convocação de 625 policiais rodoviários federais, que devem estar na ativa em outubro. Apesar da relação entre a cúpula da gestão federal com servidores da segurança pública, Frota espera que seu requerimento seja aprovado sem resistência de parlamentares. “Espero que não tenha resistência porque trata-se de uma barbárie. Quero ver qual será o deputado que vai colocar suas digitais em mais esse escândalo, que precisa ser investigado e punido. Tem uns bolsonaristas ideológicos e radicais que, provavelmente, serão contra a convocação. Mas são os mesmos que estão na lista do orçamento secreto, essa propina institucionalizada”, finalizou.
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