Ciro Gomes xinga dono do restaurante Coco Bambu de ‘vagabundo’ e ‘marginal’

Pré-candidato à Presidência da República acusou Afranio Barreira de sonegar imposto e afirmou o proprietário da rede faz ‘política bolsonarista’

  • Por Jovem Pan
  • 05/05/2022 15h13 - Atualizado em 05/05/2022 15h22
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Reprodução/YouTube/PDT Discurso de candidato à Presidência da República Declaração foi dada durante entrevista ao canal 'Dois Dedos de Teologia'

O pré-candidato à Presidência da República Ciro Gomes (PDT) subiu o tom na última terça-feira, 3, ao fazer críticas a Afranio Barreira, dono da rede de restaurantes Coco Bambu. Durante uma entrevista a um canal do Youtube, o ex-governador do Ceará afirmou que existem empresários “inescrupulosos” sonegando impostos e fazendo “política bolsonarista” em Fortaleza. Em seguida, o proprietário da rede foi citado por Ciro Gomes. “Esse vagabundo do Coco Bambu tem 50 restaurantes no Brasil e no mundo, cada um deles tem uma razão social diferente pra não pagar imposto, pra estar no Simples Simples. Por isso que são tudo bolsonaristas, porque é tudo marginal”, declarou o pedetista, que acrescentou: “Deixa eu chegar na Presidência da República para ver se essa gente prospera”.

Em nota enviada à Jovem Pan, a assessoria da rede afirma que Ciro cometeu crime de calúnia, difamação e injúria com todos os sócios. “Ele não falou uma única verdade! Caluniou, difamou e injuriou todos os sócios do Coco Bambu, que pagaram, em 2021, mais de R$ 100 milhões de impostos! Não há nenhum Coco Bambu no Simples Nacional”, alega. “Ele atacou não só o Coco Bambu, mas todos os empreendedores do Ceará e do Brasil, que nas últimas 24 horas têm se manifestado fortemente contra essas declarações”, acrescenta. Segundo a nota, a rede é “sistematicamente” fiscalizada no a Ceará, tendo zero processos tanto no município, como no Estado e na União. A empresa ainda corrige Ciro ao dizer que são 64 restaurantes, não 50. “Não somos tributados pelo Simples já que as 64 lojas possuem faturamento acima do limite máximo permitido. Em 2021, pagamos, entre impostos federais e estaduais, aproximadamente R$ 100 milhões, gerando 7.200 empregos diretos no Brasil”, aponta a rede, que considera “lamentável que um candidato a presidência da República utilize desses meios espalhando inverdades para aparecer na mídia”.

As falas de Ciro também foram repudiadas por entidades e por políticos alinhados ao presidente Jair Bolsonaro (PL). A Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) recebeu as declarações com “total indignação” e afirmou que tal pensamento “demonstra total desconhecimento do político em relação ao setor que mais emprega no Brasil”. “Não bastasse tudo que a nossa categoria sofreu durante a pandemia – com fechamento das nossas casas e severas restrições sanitárias, ainda sofre com acusações infundadas, que atingem todos os empreendedores deste segmento”, diz a nota de repúdio da associação. A Abrasel salienta que sente “orgulho” da rede. “As acusações de Ciro Gomes não atingem apenas os grandes empresários do ramo de restaurantes, atingem também os pequenos, sendo que todos eles diariamente batalham para manter suas contas em dia e sustentar não só as suas, mas as famílias de seus funcionários. E isto, para nós, é inadmissível”.

Por fim, a associação declara ser apartidária, “assim como os estabelecimentos de nossos associados”. A médica Mayra Pinheiro, conhecida como “Capitã Cloroquina”, apareceu ao lado do filho do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), em defesa da rede. “Ciro, como cearense, o Coco Bambu é orgulho para todos nós. O que eu tenho a dizer a você é que o meu sentimento é de vergonha. E, como médica, o conselho que eu dou é: procure urgente um psiquiatra”, recomentou Mayra.

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