Comentaristas da Jovem Pan analisam candidatos no último debate presidencial
Nomes como Alfredo Scaff e Amanda Klein criticaram o formato e o horário do encontro entre os presidenciáveis e fizeram apostas sobre os impactos que devem provocar no pleito do próximo domingo
O Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, convidou nesta sexta-feira, 30, seis comentaristas para falar sobre o último debate presidencial, realizado na noite da quinta-feira, 29, na TV Globo, com a participação de sete candidatos ao Palácio do Planalto: Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Jair Bolsonaro (PL), Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), Soraya Thronicke (União), Luiz Felipe d’Avila (Novo) e Padre Kelmon (PTB). Participaram da análise os comentaristas Alfredo Scaff, Marco Antônio Costa, Marcelo Suano, Alessandro Negão, Roberto Mota e Amanda Klein. A maior parte deles criticou o formato do debate e o horário, chegando a quase 2 horas da manhã, o que dificultaria o acesso à população brasileira como um todo. Eles falaram ainda sobre os possíveis impactos desse debate para o pleito do próximo domingo e sobre a atuação dos presidenciáveis no evento.
Scaff disse acreditar que ele não deverá influenciar o resultado das eleições, que devem permanecer semelhante ao que as pesquisas de intenção de voto já vêm apontando. “O que nós verificamos é que, talvez, não altere muito o cenário. Algumas pessoas diriam assim: significa que pelo cenário presente já indica que vai dar ou segundo turno, com uma grande maioria do presidente Lula, ou já faz no primeiro turno. Eu, particularmente, acho que as pesquisas poderiam ser revistas, até pelas metodologias que foram adotadas. No entanto, o que há de mais importante, na minha perspectiva, não é se as pesquisas são ou não verdadeiras, mas se elas são indutoras de comportamento eleitoral. Isso é o ponto chave (…) particularmente, acho que este debate não trouxe nada muito de positivo”, disse.
Alguns comentaristas concordaram com as críticas feitas por Scaff à TV Globo sobre o horário e o formato do debate. Amanda Klein, por sua vez, também pontuou o problema dos presidenciáveis serem colocados em rede nacional de um horário tão tarde, mas focou seu comentário principalmente nos possíveis resultados. “Talvez esse debate contribua principalmente para levar a eleição para o segundo turno. Cada personagem desse debate trabalhava um objetivo, e eu tendo a dizer que as duas que se sairam melhor foram as duas candidatas mulheres, Simone Tebet e Soraya. A Simone tem tido uma atuação muito boa em todos os debate que tem participado. E, dessa vez, não foi diferente. Ela manteve uma posição firme, serena, sempre com respostas contundentes, em um tom propositivo. E ela não se acovarda quando é confrontada por homens, como quando foi chamada pelo presidente Jair Bolsonaro a falar sobre Celso Daniel, e ela o chamou de covarde, dizendo que a pergunta deveria ser feito para o presidente Lula, que ela não seria usada como escada. A Soraya Thronicke também tem bons momentos, embora seja menos firme e propositiva do que a Simone Tebet, ela, por outro lado, consegue se sair com boas respostas como no momento em que ela falou ‘padre candidato’, e isso acaba viralizando e vira meme”, começou Klein.
Ela ainda citou outros expoentes do debate: “É uma figura folclórica, que beira o ridículo, é um padre falso, impostor. Aliás, foi desmascarado por dois candidatos (…) o D’Ávila fez uma dobradinha com o presidente Bolsonaro (…) o Ciro Gomes normalmente se sai bem em debates. Ele é uma figura que tem uma retórica muito boa, fluente, mas, desta vez, ele começou nervoso, em um primeiro confronto com o ex-presidente Lula. O Ciro só foi se recuperar lá pelo terceiro bloco do debate, então teve uma atuação mais apagada em comparação com a sua própria atuação em debates anteriores. Enquanto a Lula e Bolsonaro, que, afinal de contas, são os dois principais personagens desse debate, porque são os dois mais bem colocados nas pesquisas, o Lula jogava por empate, ele conseguiu fazer alguns gols, responder algumas perguntas, não deixou nada sem respostas, e o presidente Bolsonaro jogava para ganhar, mas não conseguiu vencer. Ele precisa levar essa rodada para o segundo turno de qualquer jeito. E talvez vá, mas menos pela atuação do Bolsonaro, que no começo estava nervoso, falou palavras fora do microfone, e mais pela atuação dos outros candidatos da terceira via, principalmente as mulheres, que devem ter atuado para consolidar votos, não dispersar. Lula precisava que esses votos fossem para ele”, opinou a comentarista.
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