Defesa de Bolsonaro diz que ex-presidente jamais participou de conversas sobre ‘golpe’

Afirmação acontece após a revelação de diálogos de Mauro Cid e do coronel Lawand; em nota, advogados do político afirmam que ex-ajudante de ordens recebia ‘as mais diversas lamentações’

  • Por Jovem Pan
  • 16/06/2023 17h28 - Atualizado em 16/06/2023 19h57
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ANDRé RIBEIRO/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Jair Bolsonaro Ex-presidente Jair Bolsonaro em evento na Assembleia Legislativa de São Paulo que celebrou a a posse da deputada Rosana Valle

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que o ex-mandatário “jamais participou de qualquer conversa sobre um suposto golpe de Estado”. Em nota encaminhada à reportagem nesta sexta-feira, 16, a defesa comentava sobre a revelação de que a Polícia Federal encontrou conversas no celular de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, com o coronel Jean Lawand Junior, com planos de um golpe de Estado. Como mostrou o site da Jovem Pan, as mensagens mostram que o roteiro incluía o afastam o afastamento dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e a nomeação de um interventor. Para os advogados, o conteúdo comprovam que Bolsonaro não teve relação com o caso. “Registramos, ainda, que o ajudante de ordens [Mauro Cid], pela função exercida, recebia todas as demandas – pedidos de agendamento, recados etc – que deveriam chegar ao presidente da República. O celular dele, portanto, por diversas ocasiões se transformou numa simples caixa de correspondência que registrava as mais diversas lamentações”, comentou.

Mais cedo, o Exército Brasileiro disse que as conversas entre Cid e Lawand “não representam o pensamento da cadeia de comando” da instituição, tampouco “o posicionamento oficial da Força”. Em nota, a instituição alega que, como entidade apartidária, o Exército “prima sempre pela legalidade e pelo respeito aos preceitos constitucionais” e reforçou que, na esfera administrativa, as medidas cabíveis já estão sendo adotadas. A manifestação acontece após a divulgação de diálogos, presentes em relatório da Polícia Federal e encontrados no celular de Mauro Cid, que mostram conversas com coronel Jean Lawand Junior, que incentivava a realização de um golpe de Estado. “Pelo amor de Deus, Cidão. Pelo amor de Deus, faz alguma coisa, cara. Convence ele a fazer. Ele não pode recuar agora. Ele não tem nada a perder. Ele vai ser preso. O presidente vai ser preso. E, pior, na Papuda, cara”, afirmou Lawand Junior em um áudio de 1º de dezembro de 2022, divulgado pela revista “Veja”. Cid respondeu: “Mas o PR [Presidente da República] não pode dar uma ordem… Se ele não confia no ACE”, fazendo referência ao Alto-Comando do Exército. A última troca de mensagens aconteceu em 21 de dezembro de 2022, quando Jean Lawand Junior escreveu: “Soube agora que não vai sair nada. Decepção irmão. Entregamos o país aos bandidos”. E Cid concordou: “Infelizmente”.

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