Defesa pede ao STF arquivamento de ação penal contra Daniel Silveira

Advogado do parlamentar afirma que, com o indulto concedido pelo presidente Jair Bolsonaro, processo contra o parlamentar perdeu o objeto

  • Por Jovem Pan
  • 01/05/2022 14h42 - Atualizado em 01/05/2022 15h22
LUCAS NEVES/ENQUADRAR/ESTADÃO CONTEÚDO Daniel Silveira Deputado Daniel Silveira (PTB) participou, junto a apoiadores, de um ato contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e a favor da reeleição do presidente ,Jair Bolsonaro (PL), na cidade de Niterói, região metropolitana do Rio de Janeiro,

A defesa do deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) pediu o arquivamento da ação penal na qual o parlamentar foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 8 anos e 9 meses de prisão por ataques às instituições e aos ministros da Corte. A petição foi encaminhada ao Supremo na tarde deste domingo, 1º. O advogado Paulo César Rodrigues de Faria, que representa Silveira, se baseia na graça concedida pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) para sustentar que a ação perdeu o objeto. O ofício também pede a devolução dos celulares confiscados, a restituição do valor de R$ 100 mil pagos em fiança, em junho deste ano, além da permissão para que ele possa voltar a utilizar as redes sociais. Em outro trecho da petição, Faria pede “o fim de todas as perseguições pessoais deste Relator [Alexandre de Moraes], comprometendo-se a apagar o nome Daniel Lúcio da Silveira de vossa mente”.

Daniel Silveira participou dos atos pró-governo que ocorrem neste domingo em diversos pontos do país. Em Niterói, ao lado do deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ), Silveira disse que “a liberdade vale mais que a própria vida” e que ficou “muito tempo calado”. Na prática, o petebista descumpriu uma decisão do STF, que o proibiu de participar de eventos públicos. A proibição foi decretada pelo ministro Alexandre de Moraes no final do mês de março, na mesma decisão na qual o magistrado mandou o parlamentar voltar a utilizar tornozeleira eletrônica. A medida foi sugerida pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Na terça-feira, 26, ao pedir esclarecimentos sobre o desligamento do dispositivo, Moraes destacou que as medidas cautelares impostas ao deputado seguirão valendo até que a Corte analise o indulto concedido por Bolsonaro. “Enquanto não houver essa análise [do decreto presidencial] e a decretação da extinção de punibilidade pelo Poder Judiciário, a presente ação penal prosseguirá normalmente, inclusive no tocante à observância das medidas cautelares impostas ao réu Daniel Silveira e devidamente referendadas pelo Plenário dessa Suprema Corte”.

O parlamentar do PTB é aguardado na Avenida Paulista, onde outros aliados do presidente da República, como a deputada Carla Zambelli (PL-SP) e os ex-ministros do Meio Ambiente Ricardo Salles e da Infraestrutura Tarcísio Gomes de Freitas, pré-candidato do Republicanos ao governo do Estado de São Paulo, devem discursar. Segundo apurou a Jovem Pan, Silveira foi orientado a não discursar. O entorno do presidente da República avalia que uma eventual fala do deputado pode acentuar a crise entre os Poderes.

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