Deputado pede que Defesa explique compra de 35 mil comprimidos de Viagra para as Forças Armadas

Medicamento é tipicamente utilizado para tratar disfunção erétil; Marinha afirma que os processos licitatórios para aquisição dos comprimidos visam o tratamento de pacientes com hipertensão arterial pulmonar

  • Por Jovem Pan
  • 11/04/2022 15h58 - Atualizado em 12/04/2022 13h30
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Pixabay viagra Viagra, comercializado pela Pfizer, é tipicamente utilizado para tratar disfunção erétil

O deputado federal Elias Vaz (PSB-GO) apresentou um requerimento para que o Ministério da Defesa explique a compra de 35.320 comprimidos de Viagra para as Forças Armadas. A maioria dos medicamentos adquiridos foi enviada à Marinha, totalizando 28.320 comprimidos. Outros 5 mil foram para o comando do Exército e 2 mil para a Aeronáutica, segundo dados do Portal da Transparência. O levantamento realizado por Vaz mostra que oito processos de compra foram homologados em 2020 e 2021 e seguem em vigor neste ano. O Viagra, comercializado pela Pfizer, é tipicamente utilizado para tratar disfunção erétil. O remédio também é utilizado para o tratamento de hipertensão arterial pulmonar.

“O governo Bolsonaro está gastando dinheiro público para comprar Viagra e em quantidade tão alta. As unidades de saúde de todo o país, entretanto, enfrentam com frequência falta de medicamentos para atender pacientes com doenças crônicas e as Forças Armadas recebem milhares de comprimidos de Viagra”, afirma Vaz no requerimento enviado à presidência da Câmara. “O Congresso Nacional e a sociedade merecem uma explicação”, completa. Em nota, a Marinha e o Exército afirmaram que os processos licitatórios para aquisição dos comprimidos visam o tratamento de pacientes com hipertensão arterial pulmonar. “Trata-se de doença grave e progressiva que pode levar à morte. A associação de fármacos para a HAP vem sendo pesquisada desde a década de 90, estando ratificado, conforme as últimas diretrizes mundiais (2019), o uso da sildenafila, bem como da tadalafila, com resultados de melhora clínica e funcional do paciente”, declarou a Marinha.

O Exército afirmou que os processos de licitação e compra de medicamentos “seguem os preceitos legais previstos e as demandas do Sistema de Saúde do Exército, responsável por prover assistência médico-hospitalar a militares e seus dependentes, totalizando mais de 700 mil pessoas.” “A respeito especificamente da Sildenafila, cabe esclarecer que o medicamento é utilizado no Exército para o tratamento de hipertensão pulmonar (elevação da pressão arterial nas artérias dos pulmões) em ambiente hospitalar. Assim, é previsto que os hospitais, principalmente aqueles que possuam Unidades de Terapia Intensiva / Unidade Coronariana, tenham atas de Sistema de Registro de Preços (SRP) com o referido medicamento, cujas quantidades são previstas para um ano (data de vigência de uma ata de medicamentos)”, acrescentou. A Jovem Pan também entrou em contato com o Ministério da Defesa, mas não obteve retorno.

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