Dirigente da CNA critica ‘importação agressiva’ de leite em pó e desabafa: ‘Não temos mais prazo de sobrevivência’

Evento na Câmara dos Deputados reuniu produtores de leite para debater desafios do setor; Antônio de Salvo foi um dos representantes da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil

  • Por Jovem Pan
  • 31/10/2023 19h52 - Atualizado em 31/10/2023 20h29
Wenderson Araujo/Trilux/Divulgação Antônio Pitangui de Salvo O presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Antônio Pitangui de Salvo, representou a CNA

Nesta terça-feira, 31, produtores de leite se reuniram na Câmara dos Deputados para debater os desafios do setor lácteo no país. O evento foi promovida pela Frente Parlamentar em Apoio ao Produtor de Leite (FPPL) e contou com o apoio de organizações como CNA, Faemg, OCB e Abraleite. Estiveram presentes centenas de produtores de Goiás, Minas Gerais e de outras regiões do país, além de representantes de entidades e parlamentares ligados ao agronegócio. Os produtores afirmaram que estão ‘sufocados’ com o aumento das importações de leite em pó subsidiado, proveniente em grande maioria da Argentina. Representando a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antônio de Salvo solicitou que as importações do produto sejam suspensas imediatamente para dar um fôlego aos produtores brasileiros. “Não temos mais prazo de sobrevivência, não suportamos mais”, declarou.

Vice-presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CNA, Jônadan Ma apresentou dados que mostram os impactos negativos das importações de leite em pó na cadeia produtiva brasileira. “Nós estamos vivenciando 13 meses de importações agressivas, predatórias e desleais do leite e isso está acabando com a cadeia leiteira do Brasil. Essa importação desenfreada é na ordem de 200 milhões de litros por mês, o que representa 10% do leite consumido no país”, explicou. Ele ainda pontuou que, apesar da redução nos custos de produção, houve uma queda de receita de cerca de 30%. “Não tem caixa e bolso que consigam suportar. Estamos trabalhando hoje com margens negativas”, reforçou.

 

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