Confira como foi a sabatina com Ciro Gomes, candidato à Presidência
Ex-ministro falou sobre propostas para geração de empregos e erradicação da fome, criticou a polarização entre Lula e Bolsonaro e prometeu acabar com o Orçamento Secreto, se eleito
O ex-ministro Ciro Gomes participa de sabatina no Jornal da Manhã, da Jovem Pan, nesta quinta-feira, 25. Candidato à Presidência pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT), o ex-ministro e ex-governador do Ceará figura em terceiro lugar nas pesquisas eleitorais, oscilando entre 6% e 8% das intenções de votos dos eleitores. Presidenciável pela quarta vez, sem nunca ter chego no segundo turno, Ciro Gomes propõe em seu programa de governo a construção de um Projeto Nacional de Desenvolvimento, que tem como alicerces a recuperação do crescimento econômico e melhoria na qualidade de vida dos cidadãos para que o Brasil “volte a ser uma nação mais próspera e feliz”. Em linhas gerais, o candidato pede que sua eleição ao Palácio do Planalto seja uma “eleição de ideias”, defende um governo federal mais próximo de Estados e municípios e se coloca como alternativa à “polarização odienta”, que, segundo ele, é representada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o atual chefe do Executivo, Jair Bolsonaro (PL), que disputam os primeiros lugares nas pesquisas e devem protagonizar o segundo turno das eleições, em 30 de outubro. “A ciência de errar é repetir as coisas do passado”, afirmou, em entrevista. Confira abaixo a cobertura especial da Jovem Pan sobre a sabatina de Ciro Gomes:
8h28 – Ciro Gomes faz suas considerações finais no Jornal da Manhã
Me dirijo a todos os brasileiros que estão nos dando a honra dessa audiência. Eu não sou candidato porque é fácil. Não sou favorito das coisas, mas eu sou candidato porque é necessário. Entre os indecisos, aqueles que estão votando no Lula apenas porque acham que ele é o único que vai nos livrar do Bolsonaro ou aqueles que estão votando no Bolsonaro, porque que não querem a volta do Lula e do PT com todas as gravíssimas contradições, nós somos maioria, nós somos maioria. Vamos nos unir, acredite na sua própria força, me dê uma oportunidade, eu tenho um projeto com começo, meio e fim que vai ao encontro para abraçar a pobreza brasileira e trabalharmos juntos por um país em que a riqueza extraordinária que Deus nos deu seja melhormente repartida com todos os nacionais trabalhadores.
8h26 – Qual a sua opinião sobre o STF? Apoia o impeachment de ministros?
Ciro Gomes: [É favorável a impeachment de ministros?] Não. Nós brasileiros devemos acatar a palavra da Suprema Corte, isso é chave da estabilidade. Qualquer um de nós tem direito de refletir criticamente. Acho o Supremo muito aquém da grandeza do Brasil, mas sou contra impeachment, não devemos vulgarizar. [O STF] está aquém da sua tarefa história, mas o que vai mudar é a restauração da autoridade presidencial.
8h23 – Quais as propostas para acabar com a informalidade e gerar empregos?
Ciro Gomes: Meu projeto se compromete com 5 milhões de empregos em dois anos e diz como fazer. Temos 14 mil obras paradas, já foram licenciadas e licitadas, mas subir o morro, urbanizar favelas e permitir pelo financiamento recuperação de moradias. Isso o dinheiro vem do conjunto de coisas: corte de 20% de renúncias fiscais, mais a retomada das obras também completará os 5 milhões de empregos.
8h21 – José Maria Trindade questiona sobre quem comanda o orçamento
Ciro Gomes: Hoje quem governa são os lobbys. Proponho, todos os detalhes estão aqui, uma profunda reforma de todas as contas públicas, de forma de o investimento sai de R$ 25 bilhões para R$ 80 bilhões.
8h13 – ‘Orçamento Secreto acaba no primeiro dia [do meu governo]’, diz Ciro
Ciro Gomes: Acaba no primeiro dia [o orçamento secreto], é simples. Deveríamos todos fazer um acordo de inteligência de que esse modelo [de governo] é eternização da crise. Vou repetir, Collor, FHC, Lula, Dilma e Bolsonaro, todos cassados, presos ou desmoralizados. Quero transformar a minha eleição em uma eleição de ideias.
8h06 – Roberto Mota questiona aplausos a ditaduras pela esquerda e a Getúlio Vargas
Ciro Gomes: Não pertenço a essa esquerda que apoia ditadura. Getúlio Vargas não desconheço que teve períodos autoritários, mas olho 68 anos depois e vejo que era o mundo na data. Getúlio tentou proteger o Brasil.
8h01 – Foi correto Lula ser preso ou Sergio Moro foi parcial?
Ciro Gomes: Se você olhar as responsabilidades do Lula na generalização da corrupção, evidentemente ele tem responsabilidade a ser paga. Sergio Moro resolveu se apaixonar pela política ainda como juiz, e abandonou o lugar de juiz para fazer uma sentença irrespondível. Ele começou a comandar o processo. Lula se apresenta dizendo que foi inocentado, ele não foi inocentado em nenhum processo. Então sim, ele foi responsável pela generalização da corrupção, mas não teve o devido processo legal.
7h57 – Adriana questiona sobre corrupção no Brasil
Ciro Gomes: Corrupção é inerência da obra humana. O problema do Brasil é transformação da corrupção em ferramenta central de governança no Brasil. A corrupção no Brasil só aumentou. A corrupção no governo do PT foi transformada no modelo central de governança. Depois que vi que se corromperam, me afastei. Isso destrói a confiança da população. Bolsonaro foi eleito como protesto a essa visão, porém Bolsonaro se acertou com essa mesma gente. Chega a ser caricato, Roberto Jefferson fez discurso de defesa do Collor, aparece no escândalo do Mensalão e agora preso porque defendeu o Bolsonaro.
7h53 – Quais critérios deve seguir para indicações no STF, se eleito?
Ciro Gomes: Considera que não havendo solução ideal, o ideal é que aplique a sabedoria constituinte. O que diz? A Suprema Corte é exclusiva a cidadãos que tenham reputação ilibada e notório saber político. O que tem acontecido? Temos visto presidentes mandando os amigos, que nem sempre respondem aos dois requisitos. Temos curto circuito. A gente tem direito de criticar a qualidade das decisões, mas tem que respeitar. Então, nomear pessoas com reputação ilibada, o Senado também não pode fazer potenciais réus aprovando ou reprovando ministros.
7h51 – ‘Sistema previdenciário do Brasil não é viável’, diz Ciro Gomes
Sistema previdenciário brasileiro não é viável, porque é uma espécie de contrato entre a geração jovem e idosa. Quando começou a quebrar esse contrato, a população jovem, a força de trabalho, não acredita mais.
7h45 – Qual papel das Forças Armadas em um governo Ciro Gomes?
Ciro Gomes: Não existe projeto nacional que se sustente em duas pernas. Primeiro política de projeção internacional do país, o nível de interdependência, como fertilizante, remédios, química fina, bens de capital, todos nossos celulares, tudo é domínio de fora, porque o Brasil perdeu a noção. Portanto, projetar o país em uma política exterior é uma dar pernas, a outra é capacidade de dizer não. Se o país não tem uma estrutura de defesa tecnicamente qualificada, profissional, o país não pode dizer não, então é uma preza fácil.
7h40 – Lula e Bolsonaro: Quem representa mais risco à democracia?
Ciro Gomes: hoje, a maior ameaça que pesa sobre a democracia brasileira não são os arroubos autoritários, as declarações grosseiras, provocativas do presidente Jair Bolsonaro. Não creio, francamente, que sejam essas, como uma certa elite brasileira diz. A maior ameaça que pesa hoje sobre a democracia é o fracasso da democracia na vida real do povo. Entre desalento, desemprego e informalidade, este é o fracasso. 14 milhões de jovens nem trabalhando nem estudando. Tenho posição crítica a Bolsonaro porque ele se elegeu denunciando um fato histórico. Ele não tinha uma obra, não tinha uma atuação parlamentar brilhante. Porque 70% do nosso povo, a quem dou a minha vida com paixão, votou nessa proporção no Bolsonaro? Porque Lula e PT produziram a maior crise econômica no Brasil, nunca houve isso na história do Brasil. O crédito virou 66 milhões de brasileiros no SPC. É uma crise produzida pela econômica do PT. [Mas eles são similares?] Historicamente, claro que não. Lula vem do campo da democracia, Bolsonaro não. Ao votar o impeachment de Dilma, ele homenageou um torturador.
7h38 – Roberto Mota questiona opinião de Ciro Gomes sobre operação da PF contra empresários
Ciro Gomes: Avalio com preocupação. A liberdade é princípio, então qualquer cerceamento só pode ser feito se for amplamente sustentado. Portanto, gostaria muito que as autoridades brasileiras venham a público demonstrar quais são os fatos disso. Invadir direito da população pobre fazem todos os dias, mas quando é empresário tem uma certa comoção. Eles estavam conspirando para praticar um golpe? Aí não tem um gole. Se não cometeram nada, aí estamos diante de arbitrariedade.
7h35 – Adriana Reid questiona sobre propostas para erradicar a fome
Ciro Gomes: Todos números tem fonte oficial, o número aberto de pessoas passando fome são 33 milhões e 120 milhões não fazem três refeição. O mais tráfico é que apenas 1 de cada 4 crianças faz três refeições por dia. Isso é no país que está entre os maiores produtores de comida do mundo. A política de abastecimento e preços erradica fome no Brasil.
7h32 – O que fazer para alavancar nas pesquisas?
Ciro Gomes: Pesquisa é retrato e vida é filme, senão não precisava de eleição. Campanha é esforço de convencimento, as pessoas são livres para até a última hora para tomar a decisão correta. Minha candidatura está posta porque é necessário. Se reparar as diferenças, a rigor, paremos todos para pensar, Lula e Bolsonaro representam o mesmo tipo de gestão política.
7h03 – Daniel Caniato e Adriana Reid dão boas vindas a Ciro Gomes
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