Eleições 2022: Sem partido, Damares diz que ‘não vai disputar nada’

Ministra era cotada para concorrer ao Senado pelo Amapá e ‘bater de frente’ com o senador Davi Alcolumbre; com candidatura ameaçada, auxiliar presidencial tem dito a aliados que ‘nunca levou a sério’ a sua postulação

  • Por Júlia Vieira
  • 21/03/2022 16h44 - Atualizado em 21/03/2022 17h19
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ANTONIO MOLINA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO - 21/02/2022 Ministra Damares Alves falando no microfone; ao fundo, o slogan do governo Bolsonaro: 'Pátria Amada, Brasil' A ministra Damares Alves é a candidata do presidente Jair Bolsonaro ao Senado pelo Amapá

Anunciada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) como a sua candidata ao Senado Federal pelo Amapá, a ministra da Mulher, Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, negou a postulação e disse ao presidente do Republicanos, o deputado federal Marcos Pereira (SP), que “não será candidata a nada”. A declaração de Damares foi antecipada pelo UOL e confirmada à Jovem Pan pela equipe de Pereira. Cotada inicialmente pelo chefe do Executivo para disputar a vaga por São Paulo, a ministra afirmou a jornalistas que tinha “seis opções” de Estados para disputar uma cadeira no Legislativo. “Eu gostaria de sair candidata pelos seis, ter seis cadeiras e seis gabinetes. Mas, como não posso, estou orando para saber se serei e por qual Estado. Tem Roraima, Sergipe, Amapá, São Paulo. Os outros dois não me lembro, mas são seis.” Ao ser questionada se havia alguma preferência, a ministra foi assertiva. “No coração? Amapá! [Davi] Alcolumbre, estou chegando”, anunciou Damares no final de fevereiro.

Em sua live semanal do dia 10 de março, Bolsonaro confirmou a candidatura de Damares pelo Amapá. No dia seguinte, após reunião ministerial, ela foi incluída na lista de nomes que devem deixar o governo federal até 2 de abril para disputar as eleições de outubro. Com a ministra, o presidente teria um nome para bater de frente com o senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que tentará a reeleição. Antigo aliado do Palácio do Planalto, o parlamentar entrou em rota de colisão com o governo federal ao travar a sabatina de André Mendonça ao Supremo Tribunal Federal (STF) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Há duas semanas do final do prazo, Damares está sem partido e sua candidatura parece pouco provável. A equipe do presidente nacional do Republicanos informou à reportagem que, durante a ligação telefônica entre os dois, “nada ficou acertado” sobre uma possível filiação de Damares à legenda.

Na última semana, a vice-líder do Republicanos na Câmara dos deputados, deputada federal Aline Gurgel (Amapá), foi ao Twitter afirmar que a sigla já possui um candidato ao Senado no Estado. “O Republicanos no Amapá tem autonomia junto a nacional para deliberar sobre a nominata no estado do Amapá. O Republicanos no Amapá segue com Davi Alcolumbre”, escreveu. O nome de Damares também foi rejeito pelo PTB, que está rachado. A parte que apoia deputado estadual pelo Rio de Janeiro, Marcus Vinícius, não aceitou a filiação da ministra, enquanto o grupo defensor da ex-presidente da sigla Graciela Nienov vê Damares com bons olhos. Sem um partido e temendo a inviabilidade de sua postulação, a ministra tem dito a aliados que nunca levou a sério a candidatura e que a via apenas como uma forma de “provocar” o ex-presidente do Senado. “Ela sempre falou em tom jocoso dessa provável candidatura no Amapá. Nunca levou isso a sério, nunca articulou de fato. Pode ver que ela não está nem filiada a qualquer partido. Era muito mais para provocar o Alcolumbre. É a volta dos que não foram. Ela nunca foi candidata e vai continuar não sendo”, disse à Jovem Pan um interlocutor de Damares.

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