Em meio à crise do PSDB, Doria e Leite têm encontro reservado em SP
Paulista, escolhido como pré-candidato nas prévias do partido, tem sido boicotado por ala ‘pró-Leite’; ex-governadores não se manifestaram sobre a reunião
O ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSDB) se encontrou nesta terça-feira, 20, com João Doria no escritório da campanha do pré-candidato à Presidência do PSDB, em São Paulo. A reunião foi uma iniciativa do gaúcho. Procurada pela Jovem Pan, a assessoria de imprensa de Leite confirmou a agenda, classificada como uma “conversa reservada” entre os dois, acrescentando que ele não comentará o teor do encontro. Os tucanos são protagonistas da crise interna que atinge o PSDB desde o final de 2021. Durante as prévias, Leite foi preterido pelo ex-governador de São Paulo. A postulação do paulista, no entanto, não decolou. O partido também não conseguiu reverter a alta reprovação do pré-candidato, o que levou a cúpula tucana a incentivar um desembarque da campanha de Doria, rejeitado por correligionários e que oscila entre 1% e 3% nas pesquisas de intenção de voto. Apoiado por grandes caciques da legenda, como os ex-presidentes da sigla Tasso Jereissati e José Aníbal, Leite renunciou ao governo do Rio Grande do Sul e iniciou um périplo pelo país visando se cacifar como representante do PSDB na corrida pelo Palácio do Planalto.
Ao lado do Cidadania, União Brasil e MDB, o PSDB negocia uma candidatura única da chamada terceira via, o que também abre portas para a postulação de Leite. Nesta semana, o ex-governador gaúcho começou se encontrou com líderes de outras siglas, como Paulinho da Força (Solidariedade), que declarou apoio ao ex-presidente Lula (PT), e Michel Temer (MDB), defensor da candidatura da senadora Simone Tebet (MDB-MS). Nesta quarta-feira, 20, Leite iniciará, no Ceará, Estado natal de Jereissati, a sua pré-campanha.
Enquanto Doria não dá sinais – ao menos públicos – de que abrirá mão de sua candidatura, os tucanos trabalham para conter a crise que aflige o tucanato. Na última semana, o presidente nacional da sigla, Bruno Araújo, disse a empresários que o pacto das agremiações do centro-democrática é maior do que as prévias tucanas, em um movimento que acendeu o alerta de aliados do ex-governador paulista. Em reação, Doria retirou Araújo da coordenação de sua campanha. Em outro sinal de implosão do tucanato, o mandatário da legenda reagiu à decisão do presidenciável. “Ufa! Comando que nunca fiz questão de exercer”, escreveu em seu perfil no Twitter. A reunião entre Leite e Doria deve ser uma tentativa de acalmar o ninho tucano, selar a paz e manter alguma estabilidade e união na legenda.
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