PRF afirma que não há mais bloqueios nas rodovias federais

Corporação registra apenas interdições em três Estados; balanço mais recente também contabiliza 65 prisões e 7 mil multas emitidas a grupos que interditaram estradas

  • Por Jovem Pan
  • 08/11/2022 12h44 - Atualizado em 08/11/2022 15h37
REUTERS/Ueslei Marcelino Manifestantes bolsonaristas protestam em frente ao Comando do Exército, em Brasília 07/11/2022 Manifestantes ocupam bases militares e pedem “intervenção federal”, “intervenção militar” e “resistência civil”

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou, no início da tarde desta terça-feira, 8, que não há mais bloqueios nas rodovias federais do país. De acordo com o balanço divulgado por volta das 14h30, há apenas três pontos de interdições, quando o fluxo de veículos é parcialmente interrompido. Elas são registradas no Pará, em Rondônia e em Mato Grosso. No total, 1.077 manifestações foram desfeitas. Ainda segundo a PRF, 65 prisões foram efetuadas, além da emissão de 7.325 multas a motoristas que participaram do bloqueio de rodovias. O valor a ser arrecadado já chega a R$ 18,6 milhões.

Pelo novo dia consecutivo, manifestantes também estão nas ruas protestando contra a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Alguns grupos se reúnem próximos a bases militares. Em Porto Alegre, manifestantes se concentram nas proximidades do Comando Militar do Sul (CMS). Já em Campo Grande, as ações são focadas em frente ao Comando Militar do Oeste e também no interior do Estado. Além disso, comerciantes fecharam seus estabelecimentos em apoio aos manifestantes. Em Brasília, a frente do Quartel-General do Exército, localizado no Setor Militar Urbano (SMU) concentra um acampamento com manifestantes. Também há grupos reunidos em frente ao  Comando Militar do Sudeste, em São Paulo (Ibirapuera) e ao Comando Militar do Leste, no Rio de Janeiro (Praça Duque de Caxias).

O Supremo Tribunal Federal determinou que a PRF e a Polícia Militar de cada Estado atuassem pelo fim das mobilizações, apontando-as como “antidemocráticas” por se oporem a uma eleição limpa e transparente, como classificou. O Ministério da Defesa informou que será encaminhado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta quarta-feira, 9, o relatório do trabalho de fiscalização do sistema eletrônico de votação das eleições 2022. O procedimento foi feito por uma equipe de técnicos militares das Forças Armadas. O documento é bastante aguardado por membros do atual governo, que atribuem a ele o atestado de lisura na votação que elegeu Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para um terceiro mandato. Se as Forças Armadas indicarem que houve indícios de irregularidade ou, no mínimo, inconsistências na vitória de Lula por margem de aproximadamente 2 milhões de votos — o resultado mais apertado da história —, os protestos que eclodiram após as eleições deverão se intensificar.

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