Referência a aliados e duelos entre Garcia e Tarcísio marcam terceiro debate na TV
Tecnicamente empatados em segundo na disputa pelo governo de SP, segundo o Datafolha, candidatos do PSDB e do Republicanos fizeram diversos acenos ao eleitor de centro-direita
O terceiro debate entre os cinco principais concorrentes ao Palácio dos Bandeirantes, realizado pelo SBT, em parceria com Veja, Nova Brasil FM, Estadão, Rádio Eldorado e Terra, teve como principais temas a corrupção, o pacto federativo, aumento de impostos, propostas para mulheres, propostas econômicas, programas sociais, entre outros. Assim como no debate anterior, o encontro deste sábado, 17, também foi marcado por duelos entre o governador Rodrigo Garcia (PSDB), candidato à reeleição, e o ex-ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), que disputa o Governo de São Paulo com apoio do presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo a última pesquisa Datafolha, os dois concorrentes estão tecnicamente empatados e duelam diretamente por uma vaga no segundo turno, quando um deles deve competir com Fernando Haddad (PT), líder das intenções de votos. Entre os momentos de tensão, Tarcísio questionou se Garcia “gosta dos servidores” paulistas, citando congelamento nos salários.
“Você teve tempo e dinheiro para desfazer as maldades contra os aposentados e não fez. Professores, policiais estão chateados. Você gosta dos servidores? E o que poderia ter feito mais por eles”, questionou o ex-ministro. “Gosto mais do que você”, iniciou Rodrigo Garcia em sua resposta, citando aumento e 20% para as polícias, 20% para os servidores da saúde e 10% para outros servidores, e questionando o conhecimento do concorrente sobre o Estado. “Duvido que você conhece algumas escolas de São Paulo. Chegou agora aqui, está decorando tudo, correndo, decorando tudo para se dar bem em São Paulo. Você não conhece, você não viveu São Paulo. Quem vive em São Paulo sabe do esforço que fazemos aqui”, afirmou. Em outro embate, o candidato Vinícius Point (Novo) questionou Haddad a respeito de corrupção e atuação do Supremo Tribunal Federal (STF), com o ex-ministro afirmando em respeito às instituições democráticas. “O país tem três poderes, o Supremo, Congresso e Executivo. Se o chefe do Executivo não respeitar a Justiça e o parlamento vai concorrer a regime autoritário, sou avesso ao autoritarismo.”
Outro tema muito recorrente neste terceiro debate foram os padrinhos políticos, que colocou novamente Rodrigo Garcia como principal alvo. O ex-ministro Fernando Haddad citou em mais de uma ocasião ex-aliados do governador, como Gilberto Kassab, Celso Pitta e João Doria, ex-governador de São Paulo, e disse que o tucano “tem mania” de esconder seus aliados. “A impressão que dá é que quer varrer o passado quanto te interessa e quer levar os programas sociais [feitos pelos seus padrinhos políticos]. Quando alguma coisa errada acontece diz ‘estou há cinco meses no governo’. (…) Assessor do Pitta, Kassab e do Doria. O que esperar de uma pessoa assim?”, questionou Haddad. Outo a comentar sobre padrinhos políticos foi Elvis Cezar (PDT) ao criticar falas de Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) sobre Infraestrutura. “Você deveria ter vergonha de falar isso. Foi ministro da infraestrutura e seu orçamento destinou a menor porcentagem de investimento para São Paulo. A dignidade da sua família foi sabotada pelo ministro. (…) Já teve a chance e não faz. E tem mais, anda com deputado que bate em mulher, que ameaça mulheres e anda com Collor.”
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