Tebet diz que Lula e Bolsonaro ‘se alimentam da polarização’ e se apresenta como ‘único voto útil’ da eleição
Em sabatina do Jornal Jovem Pan, candidata do MDB à Presidência promete acabar com reeleição e afirma que orçamento secreto pode se tornar ‘maior caso de corrupção’ do país
A senadora Simone Tebet participou de sabatina no Jornal Jovem Pan nesta terça-feira, 27. A cinco dias do primeiro turno das eleições 2022, a parlamentar, que é candidata à Presidência da República pelo Movimento Brasil Democrático (MDB) criticou a polarização Lula-Bolsonaro, principais nomes à disputa para o Palácio do Planalto, e disse, lamentavelmente, não reconhecer o Brasil e a atual situação do país. Na visão da parlamentar, os candidatos – que representam os extremos da política – se alimentam da polarização e pouco acrescentam ao debate político. “Enquanto temos cinco milhões de crianças dormindo com fome, temos dois candidatos que falam de ideologia e, populistas que são, não apresentam projeto de país e se alimentam dessa polarização e do ódio. Nós do centro democrático nos apresentamos ao Brasil. Não posso dormir tranquila sabendo que 33 milhões de pessoas estão em insegurança alimentar”, afirmou, em sabatina à Jovem Pan.
Ainda a respeito do pleito do próximo domingo, 2 de outubro, a parlamentar também avaliou os impactos da campanha pelo “voto útil”, lidera pelo Partido dos Trabalhadores (PT) e por apoiadores de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Questionada se o movimento atrapalharia seu desempenho nas pesquisas eleitorais, em que oscila entre 3% e 5% das intenções de votos, Simone Tebet minimizou os efeitos e disse que a estratégia “não é um problema”, apesar de 52% de seus eleitores admitirem que podem mudar de novo ainda no primeiro turno. “Problema é defender e fugir do debate. Falo especificamente do ex-presidente Lula, que quer levar em primeiro turno, mas quer que a população brasileira dê um cheque em branco a ele. Afinal, foge do debate e não apresenta propostas. Não sei que Lula e que projeto de PT estão vindo ai.. (…) O problema é defender que o eleitor dê um tiro no escuro e fugir covardemente do debate. O eleitor não é bobo”, acrescentou. Tebet disse ainda considerar que a ausência do ex-presidente do debate no SBT vai repercutir nas pesquisas, o que abriria espaço para seu crescimento na reta final.
“Eu sou a menos rejeitada dos quatro. Sou a segunda opção da maioria dos que votam nos três colocados. Grande parte da população brasileira não quer a volta da esquerda no Brasil. Eu passo ser o voto útil para quem não quer a volta da esquerda”, defendeu a senadora, que reforçou sua posição contrária ao ex-presidente Lula e se colocou como opção para vencer o petista no segundo turno: “Sou verdadeiro voto útil no processo”, concluiu. Além de falar sobre o pleito deste ano, Simone Tebet também se posicionou defendendo mandatos para ministros do Supremo Tribunal Federal (STF); fortalecimento do Portal da Transparência; o pagamento do piso salarial da enfermagem; falou em corrupção no governo Bolsonaro, citando escândalos das vacinas e denúncias do Ministério da Educação; disse que Orçamento Secreto pode se tornar “maior caso de corrupção” do país e se posicionou contra o aborto, apesar de reforçar que o Estaco é laico. “É óbvio que não misturamos Estado com religião, mas o presidente pode ter a sua opinião, sim. (…) Defendo apenas em casos legais, quando a mulher é estuprada, quando estamos diante de risco à vida da mulher”, disse a parlamentar, se posicionando como uma senadora para “defender os direitos da família, da sociedade”. “A maioria da população absoluta é contra”, concluiu.
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