Boulos apaga vídeo em que Hino é cantado em linguagem neutra por intérprete; campanha diz que não pediu alteração
‘A produtora, organizadora do evento, foi responsável pela contratação de todos os profissionais que trabalharam para a realização da atividade, incluindo a seleção e o convite à intérprete que cantou o Hino Nacional’, explicou a campanha à Jovem Pan
O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), candidato à Prefeitura de São Paulo, apagou o vídeo em que aparecia ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), enquanto o Hino Nacional era interpretado em linguagem neutra pela cantora Yurungai no comício no último sábado (24).
A campanha de Boulos disse que “em momento algum, solicitou ou autorizou alteração na letra do Hino Nacional interpretado na abertura do comício no último sábado, 24, na Zona Sul da cidade”. “A produtora, organizadora do evento, foi responsável pela contratação de todos os profissionais que trabalharam para a realização da atividade, incluindo a seleção e o convite à intérprete que cantou o Hino Nacional”, explicou à Jovem Pan.
Políticos contrários à ideia se manifestaram nas redes sociais, entre eles, a economista Marina Helena (Novo), também candidata à Prefeitura de São Paulo, e o ex-ministro da Cultura e deputado federal Mário Frias (PL-SP).
O que é linguagem neutra?
A linguagem neutra é uma proposta de inclusão de pronomes e flexões nominais com gênero neutro no idioma português, com o objetivo de evitar a exclusão de pessoas com base na identidade de gênero, sexualidade ou outros aspectos de identidade. Os defensores da linguagem neutra argumentam que os dois pronomes definidos de gênero presentes na língua portuguesa – “o” e “a”, para homens e mulheres, respectivamente -, não atendem a todas as pessoas falantes do idioma. Por isso, propõe a utilização da terminação “e” para palavras ambivalentes ou sem gênero intrínseco, além da inclusão da vogal como pronome definido de gênero neutro. Também defendem que a flexão masculina do plural, com “filhos”, não serve para generalizar pessoas masculinas, femininas e de outros gêneros. Mas, somente, masculinas, o que levaria a necessidade do sufixo “e” para incluir todos os indivíduos a despeito de como se identificam.
*Com informações do Estadão Conteúdo
Publicado por Sarah Américo
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