Em meio à crise institucional, Bolsonaro se reúne com Temer no Planalto

Ex-presidente chegou à capital federal por volta das 11h; horas depois, Planalto divulgou carta à nação, na qual mandatário do país reiterou o seu respeito pelas instituições

  • Por Jovem Pan
  • 09/09/2021 17h23 - Atualizado em 09/09/2021 17h34
Mateus Bonomi/AGIF/Estadão Conteúdo Chefes de Estado se abraçam em cerimônia pública Encontro entre o emedebista e o atual presidente foi confirmado à Jovem Pan por um integrante do governo

Em meio à crise institucional, o presidente Jair Bolsonaro se reuniu nesta quinta-feira, 9, no Palácio do Planalto, com o ex-presidente Michel Temer. Segundo informou à Jovem Pan um integrante do governo, o chefe do Executivo federal enviou um avião da frota presidencial para buscar o ex-mandatário do país em São Paulo. Temer chegou à capital federal por volta das 11h e almoçou com Bolsonaro e o advogado-geral da União, Bruno Bianco, em um encontro que não foi divulgado pelas agendas oficias da Presidência e da Advocacia-Geral da União (AGU).

Horas depois do encontro, Bolsonaro recuou e publicou uma declaração à nação, na qual afirma que nunca teve “nenhuma intenção de agredir quaisquer dos Poderes”. A sinalização de trégua ocorre dois dias depois do chefe do Executivo federal criticar o Supremo Tribunal Federal (STF) e atacar o ministro Alexandre de Moraes, integrante da Corte, a quem chamou de “canalha”. “Quero declarar que minhas palavras, por vezes contundentes, decorrem do calor do momento e dos embates que sempre visaram o bem comum”, acrescenta Bolsonaro. Em outro trecho da carta, elaborada em 10 tópicos, Bolsonaro reitera o seu respeito “pelas instituições da República, forças motoras que ajudam a governar o país. Democracia é isso: Executivo, Legislativo e Judiciário trabalhando juntos em favor do povo e todos respeitando a Constituição”.

Em fevereiro de 2017, Temer, então presidente, indicou Alexandre de Moraes para o Supremo Tribunal Federal – à época ministro da Justiça, Moraes ocupou a cadeira deixada por Teori Zavascki, que morreu em janeiro daquele ano após queda de avião no Rio de Janeiro. Na carta divulgada pelo Planalto, Bolsonaro reconhece que boa parte das “divergências” decorrem de “conflitos de entendimento acerca das decisões adotadas pelo ministro Alexandre de Moraes no âmbito do inquérito das fake news. Mas na vida pública as pessoas que exercem o poder não têm o direito de ‘esticar a corda’, a ponto de prejudicar a vida dos brasileiros e sua economia”. Na terça-feira, 7, em pronunciamento a apoiadores na Avenida Paulista, em São Paulo, o presidente da República afirmou que “não mais cumprirá” decisões de Moraes.

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