Governo do Amazonas é alvo de operação da PF sobre desvio de recursos no combate à pandemia
De acordo com a investigação, há indícios de que funcionários do alto escalão da gestão de Wilson Lima realizaram contratação fraudulenta para favorecer um grupo de empresários locais
O governo do Estado do Amazonas é alvo da Operação Sangria, da Polícia Federal e do Ministério Público Federal (MPF), nesta quarta-feira, 2, que investiga fatos relacionados a possíveis práticas de crimes de fraude a licitação, desvio de recursos públicos e pertencimento a organização criminosa. A ação foi feita em parceria com a Receita Federal e a Controladoria-geral da União. São cumpridos 19 mandados de busca e apreensão e seis de prisão temporária, expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), na cidade de Manaus, no Amazonas, e Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Segundo fontes da Jovem Pan, policiais estiveram na casa do governador do Amazonas, Wilson Lima — um dos investigados da operação.
Um dos alvos, ligado a um grupo empresarial, recebeu os agentes com tiros. Não houve feridos. O relator do caso no STJ, ministro Francisco Falcão, acatou um pedido da Procuradoria-geral da República e decretou a prisão temporário de seis investigados e autorizou a quebra dos sigilos bancário e fiscal de 27 pessoas e empresas. Os bens de 12 investigados foram sequestrados, superando R$ 22,8 milhões. De acordo com a investigação da PF, há indícios de que funcionários do alto escalão do governo do Amazonas realizaram contratação fraudulenta para favorecer um grupo de empresários locais de um hospital de campanha. Os desvios aconteceriam sob orientação da cúpula do governo estadual.
A unidade não atenderia à necessidades básicos de assistência à população atingida pela Covid-19 e colocaria em risco de contaminação pacientes e funcionários. Indícios de montagem e direcionamento de procedimento licitatório, prática de sobrepreço e não prestação de serviços contratados foram encontrados em contratos firmados em janeiro deste ano com empresas das áreas de conservação e limpeza, lavanderia hospitalar e diagnóstico por imagem e o governo do Amazonas. Os indicados podem responder pelos crimes de fraude à licitação, peculato e pertencimento a organização criminosa. Se condenados, devem cumprir pena de até 24 anos de reclusão.
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