Lira diz que autonomia do Banco Central é ‘marca mundial’ e que ‘não retroagirá’
Presidente da Câmara ressaltou que Brasil precisa se inserir no contexto global de independência do órgão; governo Lula passou a criticar o BC após decisão de manter a taxa de juros em 13,75%
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), participou nesta quinta-feira, 9, do evento Show Rural, em Cascavel (PR), e defendeu a autonomia do Banco Central, modelo aprovado pelo Congresso Nacional em 2021. No evento, o político ressaltou que o Brasil precisa se inserir no contexto global de independência do Bacen e que a medida é uma “marca mundial”. “Eu tenho a escuta, a tendência do que a maioria do plenário pensa. Com relação à independência do Banco Central, esse assunto não retroagirá. O Banco Central independente é uma marca mundial, o Brasil precisa se inserir neste contexto”, afirmou o mandatário da Casa legislativa, reeleito para o cargo com o apoio recorde de 464 deputados. A manifestação de Lira coincide com a fala do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que, na noite da quarta-feira, 8, defendeu a autonomia do órgão.
Na avaliação de Pacheco, a independência do BC é um “avanço” por afastar “critérios políticos de algo que tem um aspecto técnico muito forte”. O chefe do Congresso Nacional também chamou o presidente do BC, Roberto Campos Neto, de “um homem bem preparado”. Os posicionamentos de Lira e Pacheco vai de encontro com as falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que nos últimos dias passou a criticar a decisão do Banco Central de manter a taxa de juros em 13,75%. “Não é possível que a gente queira que este país volta a crescer com taxa de 13,75%. Nós não temos inflação de demanda. É só isso. É isso que eu acho que esse cidadão [Campos Neto], indicado pelo Senado, tenha possibilidade de maturar, de pensar e de saber como vai cuidar deste país”, disse Lula em entrevista recente a veículos de mídia alternativa. Em razão das declarações de Lula, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, responsável pela articulação política do governo, teve de se manifestar para reafirmar que “não existe discussão no governo federal para mudar a lei de autonomia do Banco Central, mas sim uma vontade de que aquilo que estão nos objetivos do BC sejam cada vez mais perseguidos por todos”.
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