Lula deixa reforma ministerial para a última semana de agosto e coloca arcabouço em risco

Presidente viaja para a África neste domingo sem definir quais ministérios o PP e o Republicanos vão ocupar no governo; manobra pode atrapalhar votação na Câmara

  • Por Jovem Pan
  • 18/08/2023 21h20 - Atualizado em 18/08/2023 21h52
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Ricardo Stuckert/PR Presidente da Câmara Federal, Arthur Lira, Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante Sessão de trabalho com presidentes dos Países da América do Sul. Lula negcia com Arthur Lira a entrada do Centrão no governo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) adiou mais uma vez a reforma ministerial, para insatisfação do Centrão. De viagem marcada para a África do Sul, onde participará da 15ª Reunião da Cúpula dos Brics, o petista decidiu anunciar as mudanças em sua gestão apenas depois do regresso. A comitiva presidencial embarca no domingo para Joanesburgo, passará também por São Tomé e Príncipe e volta ao Brasil no final da próxima semana. Só então, de acordo com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, oficializará a entrada de PP e Republicanos no governo. A manobra, no entanto, deixa a votação do arcabouço fiscal com prazo limitado. Se o novo conjunto de regras fiscais não for votado até 31 de agosto, o Orçamento do próximo ano terá um corte de aproximadamente R$ 200 bilhões. Arthur Lira já anunciou que a Câmara votará o projeto na terça-feira, 22, mas uma pisada de bola do Planalto pode fazê-lo mudar de ideia.

O governo já definiu que ao menos dois representantes do Centrão entrarão no governo: os deputados federais Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) e André Fufuca (PP-MA). Lula alinhou isso com Arthur Lira na última quarta-feira, 16, em reunião que não constava na agenda presidencial. No entanto, ainda falta bater o martelo sobre quais pastas eles vão assumir. A reportagem apurou que o Republicanos deve ficar com Portos e Aeroportos, hoje sob o comando de Márcio França, do PSB. Para o PP, deverá ser criado um novo ministério, da Micro e Pequena Empresa, com atribuições vindas do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Cobiçado pelo Centrão, o Ministério do Desenvolvimento Social, que gere o Bolsa Família, deve continuar sob a batuta do petista Wellington Dias. O PT não abre mão de controlar o benefício social, uma vitrine do governo Lula.

*Com informações do repórter André Ainelli

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