Ministros do governo federal ignoram recomendação e se manifestam contra regime militar

Silvio Almeida, Camilo Santana, Paulo Pimenta, Paulo Teixeira, Cida Gonçalves, Sonia Guajajara e Jorge Messias falaram sobre o 31 de Março; Palácio do Planalto apaziguar relação com as Forças Armadas

  • Por Jovem Pan
  • 31/03/2024 22h18 - Atualizado em 01/04/2024 01h19
Ricardo Stuckert/PR Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante a reunião Ministerial, no Palácio do Planalto Número de ministros que se manifestaram foi pequeno em relação ao total de auxiliares do presidente

Sete dos 38 ministros do presidente Luiz Inácio Lula Silva (PT) decidiram ignorar a orientação do líder e fizeram postagens de repúdio ao regime militar nas redes sociais. O objetivo do veto era evitar conflitos políticos no país. O aniversário da revolução que culminou com a deposição de João Goulart do poder completou 60 anos neste domingo (31). O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, destacou a importância de um país social e economicamente desenvolvido, institucional e culturalmente democrático, “livre da tortura e do autoritarismo”. O ministro da Educação, Camilo Santana, ressaltou a necessidade de “lembrar e repudiar a ditadura militar para que não se repita”.

Paulo Pimenta, ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, enfatizou a responsabilidade de defender a democracia diariamente. Paulo Teixeira, responsável pelo Desenvolvimento Agrário, homenageou as pessoas que  morreram durante o regime militar. Cida Gonçalves, ministra das Mulheres, prestou homenagem “a todas as pessoas presas, torturadas ou que tiveram seus filhos desaparecidos e mortos na ditadura militar”. Sonia Guajajara, ministra dos Povos Indígenas, lembrou as mortes dos povos indígenas entre 1964 e 1985. O Advogado-Geral da União, Jorge Messias, homenageou a ex-presidente Dilma Rousseff, torturada durante o regime militar. No entanto, o número de ministros que se manifestaram foi pequeno em relação ao total de auxiliares do presidente.

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A fim de apaziguar a relação entre o Palácio do Planalto e as Forças Armadas, Lula fez um acordo para que ambas as partes evitassem manifestações de repúdio ou comemorações neste 31 de abril. Em entrevista no fim de fevereiro, o petista disse que não quer “ficar remoendo” o que aconteceu entre as décadas de 1960 e 1980. A decisão do presidente desagradou a uma boa parte do seu partido.

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