Moraes manda PF ouvir presidentes das Big Techs sobre ofensiva contra PL das Fake News

Órgão deverá colher depoimentos do Google, Brasil Paralelo, Meta e Spotify no prazo de cinco dias; ministro também determina remoção de conteúdos que falem em ‘PL da Censura’, sob pena de R$ 150 mil

  • Por Jovem Pan
  • 02/05/2023 15h38 - Atualizado em 02/05/2023 16h15
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TON MOLINA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO Alexandre de Moraes Em despacho, o magistrado fala em utilização de "mecanismos imorais e ilegais" das empresas

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta terça-feira, 2,  que os presidentes das empresas Google e Meta – responsável pelo Facebook, Instagram e WhatsApp -, Spotify e Brasil Paralelo prestem depoimento à Polícia Federal no que se refere ao PL das Fake News. O prazo é de cinco dias. Moraes também determina a remoção integral, em uma hora, de “todos os anúncios, textos e informações” veiculadas, impulsionadas ou propagadas a partir do blog oficial da Google “com ataques ao PL 2630, inclusive aqueles que se referem como PL da Censura”, sob multa de R$ 150 mil por hora de descumprimento por cada anúncio. Em 48 horas, as empresas também deverão enviar relatórios sobre os anúncios realizados e os valores investidores, bem como os termos sugeridos pelo buscador Google relativos ao assunto. Em despacho, o magistrado fala em utilização de “mecanismos imorais e ilegais” e diz que condutas recentes das empresas – que se posicionaram contra a aprovação do projeto – podem configurar abuso de poder econômico e “flagrante induzimento e instigação à manutenção de diversas condutas criminosas praticadas pelas milícias digitais”. O ministro afirma que o Google estaria impulsionando site próprio chamando o Projeto de Lei 2630/2020 de “PL da Censura” e divulgando textos de ataque à matéria, além de induzindo as buscas sore “PL da Censura”; a empresa também estaria anunciando sem rótulo em plataformas do Meta (Instagram, Facebook e WhatsApp) e mostrando na página inicial mensagens contra o texto; a primeira página da ferramenta de busca estaria sugerindo vídeos contra o projeto de lei; e o YouTube também fazendo um “alerta urgente” sobre o impacto do texto para os criadores de conteúdos. Por sua vez, o ministro cita que o Brasil Paralelo fez anúncio no buscador do Google contra o PL e o Spotify, contrariando as próprias regras, estaria veiculando anúncio político do Google contra o projeto.

Ainda segundo o despacho do STF, o Google e Meta também deverão, no prazo de 48 horas, explicar os métodos e algoritmos de impulsionamento e induzimento à busca sobre “PL da
Censura”, bem como os critérios, anúncio sem rótulos, indicação de fontes “hiper partidárias na primeira página de busca”. O Google também deverá indicar as buscas relativas ao PL 2630 entre 20 de maio e 2 de maio, enquanto o Brasil Paralelo e o Spotify terão que apontar os motivos de terem veiculado anúncio político do Google. No depoimento, as empresas terão ainda que explicar “as razões de terem autorizado a utilização dos mecanismos narrados na presente decisão que podem, em tese, constituir abuso de poder econômico, bem como, eventualmente, caracterizar ilícita contribuição com a desinformação praticada pelas milícias digitais nas redes sociais”.

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