Moraes pede extradição de ex-assessor acusado de vazar informações sigilosas

Pedido foi encaminhado pelo Ministério da Justiça ao Itamaraty, que deve formalizar a solicitação junto ao governo italiano; PGR alega que Eduardo Tagliaferro manteve alinhamento com investigados envolvidos no 8 de Janeiro

  • Por Jovem Pan
  • 23/08/2025 22h22 - Atualizado em 23/08/2025 22h24
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Pedro Kirilos/Estadão Conteúdo Alexandre de Moraes RJ - LIDE/FÓRUM/RIO/MORAES/CONSTITUIÇÃO/DEMOCRACIA/DISCURSO - POLÍTICA - O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), durante a conferência de encerramento do 24º Fórum Empresarial no Hotel Fairmont, em Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, nesta sexta-feira, 22 de agosto de 2025. Moraes afirmou que o Brasil chega a 2025 com instituições independentes, uma economia em crescimento e com a sociedade civil atuante. Em sua avaliação, a Constituição delineou linhas importantes para se alcançar a plenitude democrática. "Estamos no superávit, enquanto país, nós evoluímos. Não foram 37 anos de tranquilidade desde a promulgação da Constituição, mas as balizas da Constituição de 88 garantiram que, independentemente de problemas, o Brasil é uma das maiores democracias do mundo", disse. 22/08/2025

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), solicitou a extradição de Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que atualmente vive na Itália. O pedido foi encaminhado pelo Ministério da Justiça ao Itamaraty, que deve formalizar a solicitação junto ao governo italiano. Tagliaferro foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao STF nesta sexta-feira (22). Ele é acusado de violação de sigilo funcional, coação no curso do processo, obstrução de investigação de organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

Segundo a PGR, quando ocupava o cargo de assessor-chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE, Tagliaferro teria vazado diálogos sigilosos a veículos de imprensa e a terceiros. Para o procurador-geral da República, Paulo Gonet, os indícios reunidos pela Polícia Federal mostram que ele atuou para favorecer interesses próprios e de uma organização criminosa responsável por ataques ao sistema eleitoral e à atuação do STF e do TSE.

O órgão também afirma que o ex-assessor manteve alinhamento com investigados envolvidos na tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro de 2023, inclusive deixando o Brasil para, segundo a acusação, “potencializar reações ofensivas contra as autoridades responsáveis pelas investigações”. Tagliaferro teria revelado informações internas do gabinete de Moraes durante sua gestão no TSE. Os supostos vazamentos envolvem ordens não oficiais para a produção de relatórios que embasariam decisões contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados no inquérito das fake news.

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Essas alegações levantaram questões significativas sobre a imparcialidade dos julgamentos, especialmente considerando que Moraes poderia atuar como julgador e, ao mesmo tempo, ser uma das partes envolvidas em alguns casos. Agora, o STF deve abrir prazo para que a defesa de Tagliaferro se manifeste antes de decidir se ele se tornará réu no processo.

*Com informações de Rodrigo Viga

*Reportagem produzida com auxílio de IA

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