Moro não define candidatura para 2022 e diz querer percorrer o Paraná ‘para se reconectar com o povo’
Pronunciamento da manhã desta terça-feira foi feito após o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo determinar que o ex-juiz não poderia ser candidato por São Paulo
O ex-juiz e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Bolsonaro, Sergio Moro (União-SP), fez um pronunciamento sobre seu futuro político na manhã desta terça-feira, 14. O evento ocorre em um hotel em Curitiba, no Paraná, e conta com a presença do presidente nacional do partido, Luciano Bivar (União-PE). Segundo ele, a decisão sobre concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados ou no Senado Federal e até, eventualmente, ao governo do Estado do Paraná, será tomada adiante, depois que ele percorrer todo o Estado para se “reconectar profundamente” com os paranaenses.
“Sei que há muitas dúvidas sobre o que eu vou fazer no Paraná, se vou ser candidato a deputado, senador, eventualmente governador. Mas o meu objetivo primário agora é circular o Paraná, me reconectar com o povo paranaense. E essa decisão vai ser tomada adiante juntamente com o União Brasil, tanto com o nacional quanto aqui com estadual. Acima de tudo, quem vai decidir isso é a população paranaense, ouvindo-os, vendo quais seus problemas, seus lados, a solução que eles buscam (…) O que eu quero fazer é poder novamente escrever história juntamente com a população do Estado do Paraná (…), recolocar o Paraná no centro dos acontecimentos do Brasil”, afirmou Moro.
Apesar de não haver uma decisão firmada sobre o cargo que Moro deve concorrer, ele apresentou cinco propostas políticas para o Paraná, relacionadas ao combate à corrupção, combate à violência, desenvolvimento da agropecuária, valorização da educação e da saúde e redução de impostos. “Estou pensando em cinco propostas aqui para o Paraná e também para o Brasil. Uma delas envolve tornar o Paraná uma terra livre de qualquer espécie de corrupção, é factível, sim, combater a corrupção e ter mecanismos de controle eficientes para que aqueles fatos que nós vimos no passado não se repitam, para que eles sejam prevenidos e evitados, e não faltem recursos, por exemplo, para saúde e educação. Uma outra proposta é proteger as famílias da atividade criminal, e isso diz também um pouco da minha história de combate ao crime organizado e ao crime violento (…) Uma proposta também de uma economia dinâmica, a gente sabe como é pujante aqui no Paraná a agropecuária, mas ainda assim sabemos da dificuldade que tem o nosso agricultor (…), apesar da pujança, há muito ainda que se pode fazer para melhorar o quadro dessa atividade no Estado do Paraná e em todo o Brasil. Uma outra proposta, um Paraná de uma educação e de uma saúde de qualidade (…) E, por fim, destacar dentro das propostas, a proposta do imposto único ou de uma simplificação tributária, que muita gente confunde com uma proposta unicamente dirigida ao empresariado, mas que, no fundo, é uma proposta que visa dinamizar a economia, criar emprego, desonerar a folha de salários”, declarou o ex-juiz.
Moro ainda fez uma divulgação da sua esposa e da possibilidade dela ser candidata por São Paulo a algum cargo legislativo no União Brasil. “De todo modo, minha esposa permaneceu com domicílio eleitoral em São Paulo. E ela está pronta também, não só para me representar e os valores e princípios que eu acredito, mas os dela próprios. Minha esposa tem uma carreira importante na advocacia em defesa das pessoas mais vulneráveis, com doenças raras, com deficiência. E ela foi a minha grande parceira nesses últimos anos na construção desse trabalho que foi a Lava Jato. É claro que essa é uma decisão que pertence somente a ela, que ela vai tomar no momento apropriado, se vai ou não seguir igualmente uma carreira política”, disse. Moro também reforçou seu apoio à candidatura de Bivar a Presidência da República para tentar vencer a polarização política existente entre Lula e Bolsonaro. “Não vou desistir de nada. Nada vai me deter nessa busca de transformar o Brasil e fazer história novamente a partir do Paraná”, pontuou.
“Estou muito feliz de voltar ao Paraná. A palavra correta, estou radiante. Aqui foi onde eu nasci, cresci, constitui minha família, onde eu pude me tornar juiz federal e participar da criação de um capítulo importante da história do Brasil, ser juiz da operação Lava Jato, que foi a maior operação de combate à corrupção da história do Brasil. Também não deixo de registrar os meus agradecimentos a São Paulo. A pedido do União Brasil, pelo projeto nacional de resistência e combate a essa polarização [entre Lula e Bolsonaro], aceitei o pedido que me foi feito, transferi o meu domicílio eleitoral para São Paulo com esse objetivo. Tenho meus vínculos com São Paulo. Recebi a maior condecoração de São Paulo por serviços prestados ao Estado e seu povo (…) Sempre senti esse vínculo, mas quis o destino que o TRE decidisse de maneira diferente e eu voltei aqui ao Paraná. Discordo da decisão, mas eu respeito as instituições. Não sou aquela pessoa que ataca as instituições. E, acatando essa decisão, estou muito feliz de voltar aqui ao Paraná. E construir um novo projeto político no União Brasil aqui no Paraná”, disse Moro. Na terça-feira, 7, o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) determinou que Moro não poderia ser candidato por São Paulo por falta cumprimento dos critérios necessários para que o domicílio eleitoral dele fosse transferido do Paraná para o território paulista. A partir do fato, a situação de Moro ficou incerta na política. Ele gostaria de tentar concorrer a uma vaga no Senado Federal, mas também pode ser indicado pelo partido à Câmara dos Deputados.
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