‘Nosso inimigo é o vírus, não o presidente nem o governador’, diz Bolsonaro

Em visita ao Centro Avançado de Atendimento a Covid em Chapecó, o presidente criticou medidas restritivas contra o coronavírus e defendeu o uso do tratamento precoce

  • Por Jovem Pan
  • 07/04/2021 12h13 - Atualizado em 07/04/2021 16h47
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MATEUS BONOMI/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO - 05/04/2021 O presidente Jair Bolsonaro em pronunciamento O presidente Jair Bolsonaro visitou o Centro Avançado de Atendimento a Covid em Chapecó, Santa Catarina

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) visitou nesta quarta-feira, 7, o Centro Avançado de Atendimento a Covid em Chapecó, em Santa Catarina, e fez uma ampla defesa do tratamento precoce. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, acompanhou o presidente na visita. Eles foram recepcionado pelo prefeito da cidade, João Rodrigues (PSD). Em seu discurso, o presidente Bolsonaro pregou “a liberdade acima de tudo”. “Eu nunca fui favorável a medidas restritivas, a não ser em uma emergência. Quem abre mão de um milímetro de sua liberdade em troca de segurança está condenado no futuro a não ter nenhum dos dois”, disse. “Nós temos que unir forças para vencer esse inimigo. Não podemos ficar em casa ad eternum esperando que a solução caia do céu”, justificou.

Bolsonaro disse que acredita na ciência, mas que as soluções científicas demoram para serem descobertas e é preciso investir em tratamentos imediatos contra a Covid-19. “Por que essa campanha mundial contra médicos e contra quem fala no tratamento imediato? Por que isso?”, questionou. “Eu acho que eu sou o único líder mundial que apanha isoladamente. O mais fácil é ficar do lado da massa, da grande maioria. Nosso inimigo é o vírus, não é o presidente, o governador ou o prefeito”, afirmou. Para ele, permitir o tratamento precoce nada mais do que dar liberdade aos médicos. “É um direito, um dever do médico. Ele tem que buscar uma alternativa. É um crime querer tolher a liberdade de um profissional da saúde.”

De acordo com o presidente, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) deu autonomia aos Estados e municípios para tomar providências sobre a saúde pública durante a pandemia do coronavírus, a Corte ressaltou que as medidas poderiam ser feitas desde que não tivessem um efeito colateral mais danoso do que o vírus. Para Bolsonaro, as medidas estão sendo mais prejudiciais do que benéficas. “Eu não fico feliz em conceder auxílios, queria que não fosse preciso, mas é para evitar o mal maior”, disse ao citar os impactos da pandemia na economia brasileira. “Não vai ter lockdown nacional”, afirmou. “O nosso exército brasileiro não vai à rua para manter o povo dentro de casa”, completou o presidente.

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