Padilha diz que União Brasil quer ‘reformulação’ nos ministérios, mas nega acerto por troca no Turismo
Ministro das Relações Institucionais pontuou que não há nomes definidos para eventuais trocas e considerou que mudanças no governo são ‘absolutamente naturais’
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), concede uma entrevista coletiva nesta segunda-feira, 12, e falou sobre a pauta do governo para os próximos dias. Questionado sobre a provável saída de Daniela Carneiro (União Brasil), ministra do Turismo, do comando da pasta ministerial, o porta-voz informou que o União Brasil já expressou seu desejo por uma “reformulação” dos seus ministros indicados. Durante a transição de governo, a legenda realizou as indicações de Daniela para o Turismo; Waldez Góes, para Integração e Desenvolvimento Regional; e Juscelino Filho, para as Comunicações. No entanto, Padilha não deu prazo para que eventuais mudanças possam ocorrer, chamou as possíveis alterações de “absolutamente naturais” e negou a existência de um abaixo assinado no União para a saída de Daniela da pasta ministerial. “O que está na pauta é o partido União Brasil, que vem apresentando um desejo de reformulação na representação de seus três ministros indicados. Não apresentou nada especificamente sobre um ou outro ministro, mas está na pauta discutir com o União a reformulação. Não há data definida, nenhum ministério definido, não há agenda marcada, conversa marcada, mas está em debate nesta semana”, disse.
Padilha também rechaçou a possibilidade do governo federal inaugurar outro ministério para abrigar uma indicação da bancada do União na Câmara dos Deputados, para não precisar demitir Daniela do Turismo e abrir uma crise com o eleitorado da Baixada Fluminense do Rio de Janeiro – Daniela e seu marido, Waguinho, apoiaram Lula no segundo turno das eleições presidenciais em outubro de 2022 e possibilitaram que o petista tivesse palanque em uma região predominantemente eleitora do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “Nenhuma dessas hipóteses [de abrir um ministério novo para o União Brasil] estão abertas nesse momento. Esse é um debate que já vinha a mais tempo e, nesse momento, o União Brasil reforou isso com maior clareza. Devemos tratar esse tema, esclarecer o que significa isso e o tema está, sim, em debate. Não houve entrega de abaixo assinado, nenhum documento, mas o governo está aberto a ouvir e conversar com qualquer outro partido que tenha ministros indicados”, ressaltou o membro responsável pela interlocução política do Planalto.
Com publicado pela Jovem Pan News, um dos cotados para assumir o posto de Daniela no Turismo, caso o governo Lula ouça a bancada do União Brasil na Câmara dos Deputados é o nome de Celso Sabino (União Brasil-PA). O parlamentar, que encontra-se sob mandato até o ano de 2026, é próximo do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Na última gestão, Sabino viu sua relação com seu então partido, o PSDB, ruir após liderar uma articulação para integrar a base do governo bolsonarista. Mais ainda no passado, Celso chegou a tecer críticas diretas às gestões petistas. Em 2016, em meio ao avanço das investigações da Operação Lava Jato sobre o então ex-presidente Lula, Celso publicou uma crítica em sua página do Facebook à respeito da estratégia do governo em nomear o líder petista para o Ministério da Casa Civil, obtendo, assim, foro privilegiado. “Aconteceu o que era previsto. O ex-presidente Lula acaba de ser empossado como novo ministro da presidente Dilma, ele assume a Casa Civil. Sem ouvir o clamor das ruas, sem observar aquilo que os cidadãos e cidadãs brasileiras pedem. A chefe do Executivo nacional aceitou a manobra do seu partido para garantir o foro privilegiado ao homem que poderia ser preso por crimes como lavagem de dinheiro para não citar outros. Assim caminha a atual conjuntura política brasileira”, opinou. Após a revelação das publicações, Sabino apagou os posts de suas redes. Sua indicação, porém, passou a sofrer resistência no Planalto por sua atuação próxima do governo Bolsonaro e com críticas aos PT no passado.
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