Pesquisa para o governo do Ceará mostra mais um obstáculo para Ciro na reta final da campanha

Em meio à campanha pelo voto útil no plano nacional, pedetista vê seu candidato na terceira colocação na disputa local, atrás de petista escolhido após fim de aliança que durou 16 anos

  • Por Jovem Pan
  • 22/09/2022 19h43
ALOISIO MAURICIO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO Ciro Gomes Essa é a quarta vez que Ciro Gomes concorre à presidência

Faltando dez dias para as eleições, o candidato à presidência da República Ciro Gomes (PDT) tem enfrentando uma série de dificuldades para ser visto como uma opção viável na votação. No começo da corrida presidencial, o pedetista se apresentava como uma terceira opção para os eleitores que queriam uma alternativa ao combate entre o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL), que polarizam a corrida ao Palácio do Planalto. Contudo, desde então, o pedetista não conseguiu conquistar chegar aos dois dígitos e, em alguns levantamentos, aparece tecnicamente empatado com a senadora Simone Tebet (MDB). Nas últimas semanas, o ex-ministro tem subido o tom contra Lula – no início desta semana, ele chamou o antigo aliado de “mentiroso” e “ladrão”. Como a Jovem Pan mostrou, a estratégia causou um racha em seu partido. Apesar da retórica inflamada, Gomes conta com o respaldo da cúpula do PDT, mas vê a campanha pelo voto útil assombrar sua quarta postulação presidencial. Mais do que os percalços no plano nacional, a mais recente pesquisa do Ipec para o governo do Estado do Ceará mostra que Ciro Gomes também enfrenta um problema em seu reduto eleitoral.

Segundo o levantamento, o ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio (PDT) está na terceira colocação da disputa ao governo do Ceará, com 22% das intenções de voto. Quem lidera a corrida ao Palácio da Abolição é Elmano Freitas, escolhido pelo Partido dos Trabalhadores (PT) para o pleito depois que os pedetistas, com o aval de Ciro Gomes, lançaram Cláudio em detrimento da atual governadora, Izolda Cela (PDT), preferida de Camilo Santana (PT), em um movimento que causou o rompimento das duas siglas após 16 anos de aliança. Freitas tem 30% das intenções de voto – o petista cresceu 8 pontos em relação à pesquisa do dia 15 de setembro. O deputado federal Capitão Wagner, do União Brasil, aparece na segunda colocação, com 29% das intenções de voto.

O Ipec também mostra que Ciro Gomes precisará subir uma montanha se quiser, ao menos, vencer no Ceará, onde foi governador de 1991 a 1994. De acordo com o instituto, o ex-presidente Lula tem 57% das intenções de voto em solo cearense, ante 19% do presidente Jair Bolsonaro e 14% do pedetista. A título de comparação, na eleição presidencial de 2018, quando terminou o primeiro turno na terceira colocação, Ciro venceu no Estado com 40,95% das intenções de voto. Quatro anos depois, chega aos últimos dias da campanha com cerca de um terço destes votos.

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