Pesquisa para o governo do Ceará mostra mais um obstáculo para Ciro na reta final da campanha
Em meio à campanha pelo voto útil no plano nacional, pedetista vê seu candidato na terceira colocação na disputa local, atrás de petista escolhido após fim de aliança que durou 16 anos
Faltando dez dias para as eleições, o candidato à presidência da República Ciro Gomes (PDT) tem enfrentando uma série de dificuldades para ser visto como uma opção viável na votação. No começo da corrida presidencial, o pedetista se apresentava como uma terceira opção para os eleitores que queriam uma alternativa ao combate entre o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL), que polarizam a corrida ao Palácio do Planalto. Contudo, desde então, o pedetista não conseguiu conquistar chegar aos dois dígitos e, em alguns levantamentos, aparece tecnicamente empatado com a senadora Simone Tebet (MDB). Nas últimas semanas, o ex-ministro tem subido o tom contra Lula – no início desta semana, ele chamou o antigo aliado de “mentiroso” e “ladrão”. Como a Jovem Pan mostrou, a estratégia causou um racha em seu partido. Apesar da retórica inflamada, Gomes conta com o respaldo da cúpula do PDT, mas vê a campanha pelo voto útil assombrar sua quarta postulação presidencial. Mais do que os percalços no plano nacional, a mais recente pesquisa do Ipec para o governo do Estado do Ceará mostra que Ciro Gomes também enfrenta um problema em seu reduto eleitoral.
Segundo o levantamento, o ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio (PDT) está na terceira colocação da disputa ao governo do Ceará, com 22% das intenções de voto. Quem lidera a corrida ao Palácio da Abolição é Elmano Freitas, escolhido pelo Partido dos Trabalhadores (PT) para o pleito depois que os pedetistas, com o aval de Ciro Gomes, lançaram Cláudio em detrimento da atual governadora, Izolda Cela (PDT), preferida de Camilo Santana (PT), em um movimento que causou o rompimento das duas siglas após 16 anos de aliança. Freitas tem 30% das intenções de voto – o petista cresceu 8 pontos em relação à pesquisa do dia 15 de setembro. O deputado federal Capitão Wagner, do União Brasil, aparece na segunda colocação, com 29% das intenções de voto.
O Ipec também mostra que Ciro Gomes precisará subir uma montanha se quiser, ao menos, vencer no Ceará, onde foi governador de 1991 a 1994. De acordo com o instituto, o ex-presidente Lula tem 57% das intenções de voto em solo cearense, ante 19% do presidente Jair Bolsonaro e 14% do pedetista. A título de comparação, na eleição presidencial de 2018, quando terminou o primeiro turno na terceira colocação, Ciro venceu no Estado com 40,95% das intenções de voto. Quatro anos depois, chega aos últimos dias da campanha com cerca de um terço destes votos.
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