PF prende ao menos 4 em operação que mira suspeitos de organizar manifestações contra resultado das eleições

Justiça expediu 103 mandados de busca e apreensão, que são cumpridos em sete Estados e no Distrito Federal; também foram emitidos bloqueios de quebras de sigilo bancário e apreensão de passaportes

  • Por Jovem Pan
  • 15/12/2022 08h47 - Atualizado em 15/12/2022 15h47
RICARDO TRIDA/UAI FOTO/ESTADÃO CONTEÚDO Caminhoneiros, muitos com bandeiras do Brasil, protestam em rodovia Grupo de apoiadores do presidente e candidato derrotado à reeleição Jair Bolsonaro (PL) interditando trecho da BR-101 em Palhoça, no Estado de Santa Catarina, no dia 31 de outubro, contra a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT)

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira, 15, uma operação contra os suspeitos de organizar manifestações e bloqueios em rodovias de vários Estados da federação brasileira contra resultado das eleições presidenciais de 2022. A justiça emitiu quatro ordens de prisão e expediu 103 mandados de busca e apreensão, que são cumpridos em sete Estados e no Distrito Federal (Acre, Amazonas, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Brasília). Entre os alvos há pessoas físicas e jurídicas identificadas pelas forças federais e locais de Segurança Pública. A operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Tramita na Suprema Corte uma investigação sobre os bloqueios de rodovias após a proclamação do resultado das Eleições Gerais de 2022. Através de duas decisões, o ministro também determinou quebras de sigilo bancário, apreensão de passaportes e suspensão de certificados de registro de Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CACs). Os alvos da operação, não somente tiveram suas contas bancárias bloqueadas, mas também os seus perfis nas redes sociais. Foram 168 contas restritas por suspeitas de organização e financiamento da abolição do Estado Democrático de Direito.

“A operação autorizada se baseou em uma rede de investigação formada por relatórios de inteligência enviados pelo Ministério Público, pela Polícia Civil, pela Polícia Militar e pela Polícia Rodoviária Federal dos estados. Os documentos identificaram patrocinadores de manifestações, de financiadores de estruturas para acampamentos, arrecadadores de recursos, lideranças de protestos, mobilizadores de ações antidemocráticas em redes sociais, além de donos de caminhões e veículos que participaram de bloqueios”, afirma trecho do documento. Anteriormente, o ministro Alexandre de Moraes já havia determinado a identificação dos suspeitos de organizar e financiar os atos, para que fossem investigados, além de aplicar multas diárias aos participantes dos bloqueios, sob o argumento de que as manifestações são antidemocráticas ao se opor ao resultado das eleições sem apresentar provas de irregularidades do resultado obtido. O Estados foram ordenados judicialmente a agir pelo encerramentos dos atos utilizando suas forças de segurança locais. A Polícia Rodoviária Federal também foi obrigada a atuar no desbloqueio de vias. Há, também, dois deputados estaduais do Espírito Santo que passaram a ser investigados e foram impactados com a imposição de medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica, proibição de deixar o Estado, proibição de utilizar as redes sociais e de conceder entrevistas de qualquer natureza. A multa diária, em caso de descumprimento, é de R$ 20 mil.

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