Plenário da Câmara adia votação da PEC das Bondades

Decisão do presidente da Casa, Arthur Lira, acontece em razão do baixo quórum; ao todo, 427 parlamentares participavam da sessão

  • Por Jovem Pan
  • 07/07/2022 19h40 - Atualizado em 07/07/2022 20h26
Paulo Sérgio/Câmara dos Deputados Deputado federal Arthur Lira Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, foi reeleito ao cargo de mandatário da casa no último dia 1º de fevereiro

Em razão do baixo quórum no plenário da Câmara dos Deputados, o presidente da Casa, Arthur Lira (PP), encerrou a sessão deliberativa desta quinta-feira, 7, que discutia a PEC das Bondades. No momento que os parlamentares se preparavam para iniciar a votação da proposta, 427 parlamentares participavam da sessão em plenário. Ao todo, para aprovação de uma PEC são necessários 308 votos favoráveis, o que poderia colocar em risco a aprovação. “Não vou arriscar nem essa PEC nem a próxima PEC [11/22, que trata do piso da enfermagem] com esse quórum na Câmara hoje. Nada mais havendo a tratar, vou encerrar os trabalhos”, mencionou Lira. Minutos antes do encerramento, o plenário votou o requerimento para encerramento das discussões a respeito da proposta e o governo conquistou apenas 303 votos, cinco a menos que o necessário para uma eventual aprovação do texto-base. Com isso, o placar serviu como termômetro para a votação, que acabou adiada.

O adiamento é considerado uma derrota para o governo, que vinha se empenhando para aprovar – com máxima urgência – o texto na Câmara, visando promulgação da matéria antes do recesso parlamentar, que acontece de 18 a 31 de julho. Um exemplo desse empenho é a sessão deliberativa de aproximadamente 1 minuto desta quinta, usada como manobra para preencher os requisitos técnicos básicos para apreciação em plenário. Ao mesmo tempo, a obstrução da votação por parte de parlamentares da oposição já era decisão esperada. Como a Jovem Pan mostrou, os deputados chegaram a defender requerimento para adiamento de 20 dias da discussão, o que comprometeria o andamento da proposta e pode inviabilizar a efetivação dos novos programas sociais.

Entre outros pontos, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) em tramitação prevê a destinação de R$ 41,25 milhões para o pacote social até o fim do ano, viabilizando a transferência de recursos diretos a cidadãos beneficiários – por meio da Caixa Econômica Federal -, assim como a Estados e municípios para o financiamento da gratuidade do transporte coletivo para idosos e compensação por créditos tributários ao etanol. Entre os novos auxílios está voucher mensal de R$ 1 mil para caminhoneiros autônomos, e voucher aos taxistas, acréscimo de R$ 200 nos pagamentos mensais do Auxílio Brasil até o fim do ano, e de R$ 53 no Auxílio Gás a cada dois meses. Mesmo com a aprovação por ampla maioria, o texto é visto com ressalvas e a proposta deve ser judicializada.

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