Policiais federais aumentam mobilização e marcam protestos após governo não sinalizar reestruturação
Federação Nacional dos Policiais marcou manifestações em todos os Estados no dia 28; reunião de parlamentares com o governo não trouxe avanços
Os policiais federais decretaram estado de mobilização permanente nesta terça-feira, 19, para cobrar o governo federal pela reestruturação de carreiras e reajuste salarial. Representantes de 27 sindicatos se reuniram de forma virtual com o presidente da Federação Nacional dos Policiais (Fenapef), Marcus Firme, e divulgaram uma nota em que prometeram organizar protestos em todos os Estados. O posicionamento vem após uma reunião das entidades com o ministro da Justiça, Anderson Torres, nesta segunda-feira, 18. Segundo os policiais, a expectativa era de que houvesse uma sinalização do Palácio do Planalto hoje a respeito da reestruturação da corporação e outras forças de segurança, mas não se concretizou.
“A ideia é que, em cada Estado, tenhamos um dia de protesto, possivelmente na quinta-feira, 28, para demonstrar nossa indignação com a forma como os policiais federais estão sendo tratados”, afirmou Marcus Firme em nota. Na reunião de ontem, deputados da bancada da bala prometeram conversar com o presidente Jair Bolsonaro (PL) para buscar uma solução para a categoria. Os sindicatos, no entanto, afirmam que não houve avanço. “Os policiais querem uma proposta concreta. Até agora, o que temos são promessas não cumpridas e notícias divulgadas pela mídia”, disse o presidente da Fenapef. Os agentes da PF cobram a promessa de Bolsonaro de que R$ 1,7 bilhão do orçamento seria investido na reestruturação da carreira e recomposição das perdas inflacionárias Para a categoria, a proposta de reajuste de 5% para todos os servidores públicos federais não é suficiente.
A mobilização aumenta a pressão sobre o presidente, que foi eleito com a bandeira de valorização dos profissionais da segurança pública. Deputados governistas que participaram da reunião afirmaram à Jovem Pan que Bolsonaro e seus auxiliares precisarão ter “jogo de cintura” para evitar a explosão do que classificaram como “barril de pólvora”. De acordo com relatos ouvidos pela reportagem, os representantes da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal disseram ao ministro da Justiça que, ao propor um reajuste linear de 5% para todo o funcionalismo público e deixar em segundo plano a ideia de reestruturação das carreiras policiais, o governo “dá um tiro no pé” por “igualar os desiguais”. Anderson Torres, por sua vez, afirmou que não há nada definido e que o governo Bolsonaro não desistiu da reformulação.
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