Por que o MDB será fundamental na votação da PEC dos Precatórios

No primeiro turno, partido fechou questão contra a proposta, mas 10 deputados votaram a favor do texto; pressão de prefeitos é ‘carta na manga’ do governo

  • Por André Siqueira
  • 09/11/2021 16h24 - Atualizado em 09/11/2021 16h41
Michel Jesus/Câmara dos Deputados Deputado presidindo sessão da Câmara Baleia Rossi é o atual presidente nacional do Movimento Democrático Brasileiro

Em razão do placar apertado no primeiro turno de votação da PEC dos Precatórios, líderes do Palácio do Planalto monitoram de perto cada um dos votos e trabalham para evitar que a proposta seja enterrada nesta terça-feira, 9, o que representaria uma derrota do governo Bolsonaro na Câmara dos Deputados. Com a reversão de votos no PSB e no PDT, siglas de oposição, o principal foco de atuação das lideranças governistas passou a ser o MDB, partido representado por 34 deputados. Para ser aprovado, o texto precisa do apoio de 308 parlamentares.

No primeiro turno, o partido fechou questão contra a PEC, que adia o pagamento de dívidas da União reconhecidas pela Justiça, altera a regra do teto de gastos e viabiliza o Auxílio Brasil, que substituirá o Bolsa Família. “Calote não. Auxílio sim”, diz uma publicação feita no perfil oficial da sigla no Twitter. Mesmo assim, 10 deputados votaram a favor do texto. Outros 10 parlamentares não votaram. Neste grupo dos ausentes, o governo trabalha para conquistar cerca de cinco votos. A cúpula emedebista, porém, calcula que, no pior cenário, 12 ou 13 votos seriam favoráveis à proposta do governo. Como o Planalto estima ter 320 votos favoráveis à matéria, qualquer dissidência pode influenciar o resultado final.

Além da promessa de liberação de emendas, há outro instrumento de pressão. Na tarde desta terça-feira, 9, uma caravana de prefeitos chegou à Câmara dos Deputados. Nesta segunda-feira, 8, a Confederação Nacional dos Municípios (CNM) divulgou uma nota de apoio à PEC dos Precatórios. O MDB tem enorme capilaridade pelo país e comanda mais de 700 prefeituras, o maior número do país. O movimento intitulado “mobilização municipalista” conta com o apoio do governo. No Twitter, o líder do governo na Casa, Ricardo Barros (PP-PR), escreveu que mais de mil prefeitos apoiam a aprovaçao da proposta. Os municípios serão beneficiados com o texto, uma vez que poderão parcelar em até 240 meses as dívidas previdenciárias vencidas até o fim de outubro deste ano.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.