Precisamos convencer pessoas do risco de construir casas em áreas expostas a enchentes, diz Lula no Maranhão

Presidente visitou Estado neste domingo, 9, e sobrevoou regiões afetadas pelas chuvas; ao menos 64 municípios estão em situação de emergência

  • Por Jovem Pan
  • 09/04/2023 12h47
Ricardo Stuckert/PR Viagem de Lula ao Maranhão Presidente Lula sobrevoou regiões atingidas pela chuva no Maranhão neste domingo, 9

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobrevoou as áreas mais afetadas pelas fortes chuvas que atingiram o Maranhão, na manhã deste domingo, 9. Segundo informações do ministro da Integração Nacional, Waldez Góes, e do governador do Estado, Carlos Brandão, 64 municípios estão em situação de emergência, 7,5 mil famílias estão desabrigadas e cerca de 35 mil pessoas estão desalojadas. Em coletiva de imprensa na cidade de Bacabal, uma das mais atingidas, Lula disse que as três esferas do poder – municipal, estadual e federal – precisam convencer a população de que não é possível construir moradias em regiões suscetíveis a enchentes. “Decidi vir aqui porque vou para a China na terça de manhã, vou ficar sete ou oito dias fora e não poderia viajar para outro país sem visitar os Estados brasileiros que estão com problema de enchente – e o Maranhão está na situação mais difícil, está com mais cidades na situação de calamidade, de emergência. Vim aqui para só para fazer uma visita de conforto às pessoas que estão passando necessidade. Já morei em bairros que enchiam de água, e não era pouca água, não. Era um metro, um metro e meio de água. A gente disputava espaço, quando acordava de noite, com barata, rato. Depois, a chuva ia embora, você precisava tirar um palmo e meio de lama, com sanguessuga pegando nas canelas. Eu sei oq esse povo passa. Às vezes não dá tempo de tirar nada, perde tudo o que tem. Precisamos aprender a tentar convencer as pessoas de que, em um processo de construção de novas casas, precisamos convencer as pessoas de que não é possível construir casa em lugares que a gente sabe que têm enchente. Em 2009, eu vim aqui em Bacabal, em uma cheia, estive aqui no mesmo rio, na mesma enchente. Quando a gente mora perto do rio, a gente vai sofrer com enchente”, disse o petista.

Antes de Lula, o ministro Waldez Góes deu detalhes do plano que tem sido executado para amparar as famílias atingidas pela tragédia. De acordo com o titular da pasta da Integração Nacional, a primeira etapa consiste na ajuda humanitária, com fornecimento de colchões, água, alimentos e materiais de higiene pessoal. O próximo passo, explicou, consiste na reconstrução do patrimônio público destruído pelas fortes chuvas. “Nossas equipes, liderada pelo secretário nacional de Defesa Civil, continuam mobilizada com o governador Brandão e com todos os prefeitos da região. Em um primeiro momento, plano de ajuda humanitária: colchão, água, alimentação, material de higiene pessoal. Mas já começamos o plano de restabelecimento, de reconstrução do bem público que por ventura tenha sido destruído”, disse Góes. O governador Carlos Brandão também afirmou que a gestão estadual tem distribuído cestas básicas para as vítimas. No final de sua fala à imprensa, Lula elogiou o que chamou de “combinação” entre prefeitos, governadores e o presidente da República. “Essa junção do governo federal, governo estadual e municipais é obrigatória. Acabamos de ter um governo que, ao invés de vir aqui ajudar o Flávio Dino, brigava todo santo dia pela imprensa com o Dino e não trouxe absolutamente nada para o Maranhão, a não ser ofensa pessoal ao governador e ao povo do maranhão. Queremos mostrar que não é possível o país dar certo, se não tiver combinação entre prefeitos, governadores e presidente da República”, afirmou Lula.

Pelo Twitter, o vice-presidente, Geraldo Alckmin, manifestou solidariedade à população do Maranhão e comentou sobre eventos climáticos que atingem outros Estados do país. “Minha solidariedade às vítimas das cheias na região de Bacabal (MA), visitada pelo presidente Lula. Estiagem severa no RS [Rio Grande do Sul], deslizamentos em São Sebastião [em São Paulo] e mais de 60 cidades em estado de calamidade após enchentes no MA. É impossível negar as mudanças climáticas. Que esta Páscoa simbolize também a reconstrução do Brasil, com trabalho duro e políticas públicas baseada em fatos”, escreveu Alckmin.

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