PSDB avança em negociação sobre federação com o Cidadania

Tucanos esperam que o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) abra mão da pré-candidatura à Presidência da República e apoie o governador de São Paulo, João Doria

  • Por Jovem Pan
  • 27/01/2022 14h56 - Atualizado em 27/01/2022 15h15
Lucio Bernardo Jr. / Câmara dos Deputados Bruno Araújo Formalização ocorreu em reunião da Executiva Nacional do PSDB nesta quinta-feira, 27

O PSDB decidiu, por unanimidade, dar início às negociações para a formação de uma federação partidária com o Cidadania. A formalização ocorreu na manhã desta quinta-feira, 27, em reunião da Executiva Nacional da legenda. Os tucanos defendem que o martelo seja batido o quanto antes, para que se definam mais rapidamente as chapas que vão disputar as eleições estaduais e nacionais em outubro deste ano. “Temos um levantamento preliminar que indica que essa federação com o Cidadania é bem-vinda. Precisamos avançar agora no regramento para essa convivência. O Cidadania tem sido parceiro importante do PSDB e há convergência política tanto em eleições quanto na atuação no Legislativo”, diz o presidente nacional Bruno Araújo em nota divulgada pelo partido.

Na prática, a cúpula do PSDB espera que o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), que ganhou projeção com a CPI da Covid-19, abra mão de sua pré-candidatura à Presidência para apoiar o governador de São Paulo, João Doria, que venceu as prévias tucanas em novembro. Na federação, duas ou mais legendas se unem para a disputa de uma eleição, como nas coligações. Neste caso, porém, a aliança deve durar, no mínimo, por quatro anos, até o pleito de 2026. Além disso, a aliança vale tanto para o plano nacional quanto para os 26 Estados e o Distrito Federal. Cada federação só poderá ter um candidato à Presidência da República e aos governos estaduais.

O presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, admite que Alessandro Vieira irá abrir mão da disputa pelo Palácio do Planalto. O parlamentar, por outro lado, diz que a decisão não foi oficializada. “Roberto Freire passou tanto tempo sentado na presidência do Cidadania que passou a confundir sua opinião pessoal com a decisão do partido. A possibilidade de federação sequer foi votada pelo Diretório Nacional e a decisão unânime da Executiva pela pré candidatura está mantida. Respeito qualquer decisão colegiada, mas não o arbítrio. O Brasil precisa de renovação, com capacidade de diálogo e construção. Chega desse contínuo museu de grandes novidades”, disse o senador em nota divulgada por sua assessoria de imprensa.

Para garantir o acerto com o Cidadania, a cúpula do PSDB discute a possibilidade de garantir aos integrantes das duas siglas, que estejam no comando de Executivos municipais, a preferência nas escolhas regionais pela sucessão. Uma comissão será criada para discutir os detalhes e avançar nas tratativas. Os tucanos devem se reunir novamente nos próximos para tratar sobre o assunto.

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