Recuo de Marcos Do Val no ‘Orçamento Secreto’ irritou Arthur Lira e aliados
Em grupo de WhatsApp com parlamentares, presidente da Câmara sugeriu que sessão do Congresso fosse obstruída em busca de acordo sobre pagamento das emendas de relator
A decisão do senador Marcos do Val (Podemos-ES) de retirar o trecho que tornava obrigatório o pagamento das emendas de relator, base do chamado Orçamento Secreto, contrariou o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e seus aliados. Em um grupo de WhatsApp com parlamentares, o presidente da Casa sugeriu que os congressistas obstruíssem a sessão do Congresso Nacional da segunda-feira, 11, “em respeito ao que foi acertado”. “Amigos, se não houver acordo, o melhor é obstruir e tentar arrumar até quinta. Em respeito ao que foi acertado”, escreveu Lira.
O líder do União Brasil na Câmara, Elmar Nascimento (BA), aliado do presidente da Casa, fez um pedido semelhante: “O relator da LDO está sendo pressionado a acatar uma emenda retirando a impositividade. Proponho que, se isso acontecer, passemos todos a obstruir a LDO até resolver”. O teor das mensagens, às quais a Jovem Pan teve acesso, foi confirmada à reportagem por três parlamentares que integram o grupo privado. O recuo de Do Val, relator da LDO, irritou expoentes do Centrão porque vai na contramão do que havia sido aprovado pela Comissão Mista de Orçamento (CMO). No colegiado, o texto aprovado continha um trecho que previa a impositividade das emendas de relator. Ou seja: o pagamento desses recursos seriam obrigatórios, o que, na prática, significa um domínio ainda maior do Congresso sobre o Orçamento.
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